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Um novo instrumento de trabalho vai permitir aos cientistas sociais e aos governos federal, estadual e municipal avaliar de maneira mais detalhada as condições de vida dos brasileiros. O Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, parte do projeto Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (www.atlasbrasil. org.br), agora traz o desempenho de regiões intrametropolitanas em mais de 200 indicadores divididos nos componentes expectativa de vida ao nascer, acesso ao conhecimento e renda municipal per capita. Para chegar a esse nível de detalhamento, a equipe do Ipea, Fundação João Pinheiro e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que elaborou o Atlas, dividiu essas regiões intrametropolitanas em Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs).

Com a UDH vai ser possível, por exemplo, verificar bolsões de pobreza em regiões ricas ou bolsões de riqueza em regiões pobres; baixos níveis de aprendizado em regiões onde há muitas escolas ou, ao contrário, alto nível de aprendizado em regiões com poucas escolas. A análise dos indicadores das UDH vai permitir, ainda, verificar as médias de crescimento de renda por regiões, volume e qualidade de serviços públicos ou expectativas de vida em bairros e localidades distantes das cidades.

As UDHs são, na realidade, uma espécie de microscópio social do país. Se, antes, as análises socioeconômicas se atinham a macrorregiões, estados ou municípios, agora é possível ver o desenvolvimento humano e social em áreas dentro das metrópoles. A primeira pesquisa foi feita em 16 regiões metropolitanas, em bairros e pequenas regiões com, pelo menos, 400 domicílios. Foram avaliadas 9.825 UDHs em Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luis, São Paulo e Vitória.

São Paulo concentra as UDHs com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), tomando–se como parâmetro renda e educação, em regiões como Vila Madalena, Vila Cordeiro, Jardim Paulistano e Berrini, entre outras. Já os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil foram identificados em 13 distritos pesquisados, entre eles a Vila Bandeirantes, em Belo Horizonte, Núcleo Rural do Gama, no Distrito Federal e Parque Atheneu, em Goiânia.

Em relação ao ensino, o Atlas revela que o melhor desenvolvimento na educação está no Jardim da Penha, na Grande Vitória, e no Centro de Curitiba. A área mais deficitária é o Jardim Esmeralda, no Rio de Janeiro. A maior expectativa de vida está no Parque Interlagos, em São Paulo, e a pior, no Parque Estadual do Grajaú, no Rio de Janeiro.

A apresentação dos indicadores por UDH, segundo o coordenador da pesquisa pelo Ipea, Marco Aurélio Costa, permitirá a articulação de políticas públicas mais consistentes nas regiões metropolitanas pesquisadas. Isso porque, com a análise das UDHs, é possível ver, por exemplo, onde se encontram os maiores bolsões de pobreza, onde há mais deficiência de serviços públicos, onde há maior ou menor concentração de renda, ou onde existem os maiores problemas educacionais, entre outras informações.

 

Mais informações no site do Ipea.

 

Última modificação em 24-02-2015