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Comunidade ameaçada em RecifeComunidade ameaçada em Recife Crédito: Jornal do Comércio/Reprodução

Na última sexta-feira (27 de outubro), movimentos e organizações que atuam pelo direito à cidade realizaram ato público pela moradia na Praça da Independência, bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife. O objetivo é apoiar a luta das comunidades da região metropolitana ameaçadas por despejos, além de dar visibilidade ao sofrimento da população mais vulnerável e aos abusos praticados durante ações de reintegração de posse, como violência contra famílias, incluindo mulheres e crianças.

Durante o ato pela moradia, mensagens foram projetadas em edifícios abandonados do Centro de Recife para estimular a reflexão sobre a situação de vulnerabilidade que muitas comunidades da RM Recife enfrentam.

As comunidades de Entra Apulso e de Pocotó, localizadas no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da cidade, receberam recentemente ordens judiciais de reintegração de posse. No caso de Entra Apulso, comunidade consolidada desde 1950, protegida pela lei da Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) e que abriga centenas de pessoas, o decreto ordena a desapropriação parcial, despejando 30 famílias que vivem no local há mais de 17 anos.

“Com a crescente valorização dos terrenos no Recife e o aumento da especulação imobiliária, centenas de pessoas são obrigadas a abrir mão de suas casas, do local onde vivem há mais de 15 anos, sem perspectiva de apoio do poder público. Essas remoções acabam forçando as famílias a se realocarem para assentamentos ainda mais precários e cada vez mais distantes do Centro da cidade”, afirmou Socorro Leite, diretos executiva nacional da ONG Habitat para a Humanidade Brasil, uma das organizações que realizou o ato.

O ato contou com representantes de comunidades ameaçadas de despejo em Recife, mais participantes do Encontro Nacional do Fórum de Reforma Urbana e organizações e movimentos de luta por moradia de diversas parte do Brasil, como Central de Movimentos Populares (CMP), Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CEDES), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Federação Nacional de Arquitetos (FNA), Instituto Pólis, Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Observatório das Metrópoles e União por Moradia Popular que, em solidariedade às comunidades atingidas, se juntaram à luta local.

Segundo os organizadores, o déficit habitacional no Grande Recife é de 108 mil unidades. Só na capital pernambucana são cerca de 280 mil pessoas que sofrem com a falta de moradia adequada. No Estado de Pernambuco, estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança de posse da terra.

» Com informações do Jornal do Comércio de Pernambuco.

Publicado em Notícias | Última modificação em 01-11-2017 15:30:33