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Auditoria mostra Prefeitura à mercê dos empresários de ônibus do Rio

O INCT Observatório das Metrópoles divulga a reportagem da Agência Pública sobre a gestão do sistema de ônibus no Rio de Janeiro. Segundo o material, apesar de se tratar do principal meio de transporte da cidade, a Prefeitura do Rio tem ficado à mercê dos empresários na gestão do sistema. Essa é a conclusão da auditoria feita pela PricewaterhouseCoopers (PwC) entre 2014 e 2016 para a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB).

Pela primeira vez, a Pública disponibiliza os materiais da auditoria, obtidos com exclusividade pela reportagem. Em meados deste ano, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) da gestão de Marcelo Crivella (PRB) se negou a trazer o estudo a público.

A perícia demonstra por que são os empresários que dão as cartas no transporte carioca. Por meio dos consórcios ou sindicatos patronais, como a Rio Ônibus, eles “propõem a maior parte das alterações em linhas e frota”. Por sua vez, a secretaria “tem dificuldade para avaliar solicitações dos consórcios e mais ainda para propor alterações”. O documento, datado de 24 de junho de 2014, vai além: “No reajuste das tarifas e análise de resultado dos consórcios, não existe pessoal com formação em contabilidade/economia para conseguir fazer análises e discussões mais robustas em respostas às solicitações do consórcio”, constata a equipe da PwC.

Além disso, no Rio são os próprios operadores do ônibus que fazem a administração do dinheiro que circula no sistema, algo fora do padrão de outras grandes cidades analisadas, como São Paulo, Bogotá e Londres. O carioca sente o resultado no bolso, já que o valor da passagem é definido com base em “custos que não são controlados e acabam por elevar a tarifa”, segundo auditores.

No início de setembro de 2017, a tarifa caiu vinte centavos por causa de uma decisão da Justiça, que considerou ilegal o aumento dado três anos antes, na gestão de Eduardo Paes, com justificativa de instalar ar-condicionado na frota. Já naquela época, em 2014, a prefeitura tinha em mãos uma série de medidas propostas pela Price que poderiam forçar a passagem para baixo, compensando custos da climatização – como a otimização da operação e da malha dos ônibus e a cooperação entre as empresas na negociação com fornecedores.

O INCT Observatório das Metrópoles divulga os trabalhos da Agência Pública por acreditar no seu jornalismo pautado pela independência e pela produção com foco no interesse público. A Pública aborda grandes questões do país em suas reportagens priorizando o ponto de vista da população, visando assim o fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e à promoção dos direitos humanos.

Leia a matéria completa no site da Agência Pública de Jornalismo.

CPI para investigar a máfia dos ônibus no Rio de Janeiro

O mandato do vereador Tarcísio Motta (PSOL) encabeça a ação para instaurar, na Câmara dos Vereadores do Rio, a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a máfia dos ônibus no Rio de Janeiro.

Só que investigar a máfia dos transportes é uma tarefa imensa e para que dê certo é necessário a mobilizaçã. Várias entidades e movimentos sociais organizaram um manifesto por uma CPI dos Ônibus pra valer e estamos ajudando a coletar assinaturas.

O Observatório das Metrópoles é uma das entidades que subscreve o manifesto.

Diga aos vereadores que queremos uma CPI dos Ônibus pra valer!

Assine o manifesto: Por uma CPI pra valer!

 

Publicado em Notícias | Última modificação em 11-10-2017 18:36:29