Skip to main content

Imagem da seção especial Garimpando Memórias

 seção especial da Revista eletrônica e-metropolis nº 27 apresenta o projeto audiovisual “Garimpando Memórias: olhares femininos sobre o Morro D’Água Quente”, que costura cinema e antropologia. O filme éum curta documentário que reconstrói, a partir da perspectiva feminina, as narrativas do cotidiano do garimpo na década de 1980, no distrito do Morro D’Água Quente. Localizado na cidade de Catas Altas, o Morro (como é chamado por suas moradoras) tem sua história atravessada pelo ouro.

O material, que já havia sido largamente explorado no  século XVII,  tornou-se  a  principal  saída  econômica  para os moradores,  após o fechamento  da  principal  fonte  de  empregos  da  região, a mineradora  Socoimex.  Como somente o trabalho de uma pessoa, o homem da  família, não era suficiente para garantir o sustento  de  todos,  foi  necessário  que  as  mulheres  e  as  crianças  se  juntassem  no  garimpo, que passou a se construir como um espaço de sociabilidade entre os membros da comunidade, para além dos espaços domésticos e religiosos.

A cidade de Catas Altas, emancipada do município de Santa Bárbara, através da lei nº 12. 030, em 21 de dezembro de 1995, faz divisa com o município de Mariana e está aos pés da  Serra  do  Caraça,  a  aproximadamente  120  km  da  capital  mineira,  Belo  Horizonte. O Morro D’Água Quente deixou de ser um bairro, para se tornar distrito da cidade no final de 2014. Seu nome é uma referência literal a fonte de água quente que existia no mesmo. Esta fonte  marca  a  história  da  região,  que  se  utilizava  dela  antes  da  chegada  da  rede  elétrica, para  tomar  banho  quando  frio e para o lazer.


O  Morro  possui um  clima  ameno,  com temperaturas mais baixas durante a maior parte do ano. Hoje,  no  lugar onde existia a fonte e o garimpo, está construído um Balneário, fruto de  medida  compensatória  exigida  no  EIA/RIMA  de expansão  do  Complexo  do  Fazendão. O  Fazendão é  um  complexo  de  exploração  de  minério  de  propriedade  e  operação  da  Vale S.A.,  onde  antes  atuava  a   já  citada  Socoimex.

Atualmente,  a  cidade   é  dependente economicamente  da  mineração  da  Vale,  seja  de  maneira  direta  ou  indireta.  O  garimpo  foi proibido e todos os investimentos nesse sentido são quase individuais e criminalizados. Não existe   nenhuma   política   ou   programa   que   trabalhe   a   questão   em   outros   sentidos, considerando a história, memória e cultura locais com as quais essa atividade se relaciona.

Leia o texto completo da seção especial “Garimpando Memórias” na Revista e-metropolis nº 27.

Mais informações sobre o documentário aqui.