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Segundo o Vozerio, Bairro Proletário do Dique, em Vigário Geral, é uma das comunidades contempladas no concurso - projeto foi entregue, mas ainda não há previsão de licitação das obras

Segundo o Vozerio, Bairro Proletário do Dique, em Vigário Geral, é uma das comunidades contempladas no concurso – projeto foi entregue, mas ainda não há previsão de licitação das obras

Uma série de contradições nas informações sobre o concurso do programa Morar Carioca, anunciado em 2010 como grande legado olímpico para o Rio de Janeiro,  evidencia o descumprimento de prazos e das promessas de urbanização e integração das favelas da cidade. É o que aponta reportagem publicada pelo site Vozerio, que fez um levantamento dos projetos, entrevistou profissionais ligados ao programa e constatou o seu esvaziamento.

Urbanizar todas as favelas do Rio no prazo de dez anos era o objetivo do Morar Carioca quando anunciado. Ao lado dele foi lançado um grande concurso público de arquitetura e urbanismo, promovido pela Secretaria Municipal de Habitação (SMH) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) — hoje o IAB não faz mais parte do convênio.

Segundo o Vozerio, dos 86 escritórios de arquitetura inscritos no concurso, 40 foram selecionados. O IAB diz que apenas dez deles foram contratados pela prefeitura, enquanto a SMH afirma serem 18. O levantamento feito pela reportagem aponta, no entanto, que apenas um escritório confirmou estar realizando obras, três tiveram o contrato suspenso e um pediu rescisão.

Os projetos de arquitetura e urbanismo previam o planejamento de intervenções de natureza urbanística, paisagística, arquitetônica, ambiental e de infraestrutura, entre outros aspectos. Profissionais ligados ao programa reclamaram ao Vozerio que os investimentos feitos no Morar Carioca, no entanto, se concentram em obras de infraestrutura.

O Morar Carioca “ficou limitado a algumas intervenções e perdeu sua força”, afirmou ao Vozerio o presidente nacional do IAB e ex-coordenador das atividades do concurso, Luiz Fernando Janot. O arquiteto enfatizou que “as obras tinham que ter um caráter cirúrgico de definição do objeto e de relação com a comunidade. Mas isso não é do interesse das empreiteiras”, disse. Para rebater as críticas, a SMH alegou que foi preciso “adaptar os projetos e as possibilidades dos investimentos à realidade local”.

Confira a reportagem “Um legado olímpico que anda a passo lento” completa no site Vozerio.

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