Boletim Histórico
10 anos de difusão científica da temática urbana
Por Breno Procópio, Gestor de Comunicação da Rede INCT Observatório das Metrópoles no período 2011-2018.
O INCT Observatório das Metrópoles lançou, em agosto de 2017, o Boletim nº 500, um marco comemorativo dos cerca de 10 anos de difusão científica sobre a temática urbana e metropolitana do Brasil. Nesse período, o boletim semanal se transformou no principal instrumento de comunicação da nossa rede de pesquisa, promovendo um diálogo contínuo com o campo acadêmico e com a sociedade em geral. Ao mesmo tempo, foi ampliando o seu alcance consolidando-se como um dos principais veículos de difusão do pensamento crítico em torno do urbano, da produção e gestão da cidade, do direito à cidade, no Brasil e também na América Latina. Atualmente, o boletim alcança semanalmente cerca de 35 mil pessoas, sendo lido e comentado na América Latina, EUA e países da Europa e África.
Como inserir na pauta da opinião pública os temas urbano e metropolitano? E de que forma promover e ampliar o debate sobre os problemas da metrópole na sociedade brasileira? Essas eram questões presentes entre os pesquisadores do Observatório das Metrópoles no primeiro semestre de 2007. A rede estava terminando o Programa Institutos do Milênio e estava se preparando para uma expansão, tanto em termos de pesquisas quanto a expansão com a criação de novos núcleos regionais.
A necessidade de canais de difusão e transferência de conhecimento naquele período resultou na criação do Portal do Observatório das Metrópoles – um sítio virtual cuja função era reunir toda a produção da rede, facilitando o acesso a dados, pesquisas e publicações pelos mais diversos atores sociais. E também do boletim semanal — um instrumento de comunicação que tinha como missão divulgar informação científica sobre o tema urbano e colocar em debate as pesquisas da rede nacional de pesquisa.
O pesquisador Juciano Martins Rodrigues foi um dos responsáveis pela primeira etapa do boletim semanal. Ele e mais os pesquisadores Ricardo Sierpe e Carolina Zuccarelli reuniam notícias e produtos da rede para a divulgação semanal. Naquele período a ferramenta de comunicação tinha um viés institucional divulgando apenas a produção do próprio Observatório. “No início fomos aprendendo a fazer difusão científica, e o boletim alcançava um público pequeno — cerca de 1500 e-mails cadastrados. Atualmente, temos 12 mil e-mails cadastrados, e mais a difusão das redes sociais. Temos um alcance de 30 mil pessoas por semana com as nossas ferramentas”, aponta.
A trajetória do boletim semanal foi marcada por algumas etapas. Em 2009, o Observatório contratou o pesquisador e programador Arthur Molina, responsável pela reformulação gráfica do boletim. A partir desse momento, a linha editorial do veículo também foi alterada, passando a divulgar conteúdos relacionados à questão urbana e metropolitana, gestão das cidades etc. A iniciativa representou um momento importante de consolidação do boletim para o campo do planejamento urbano e regional.
Já em 2011 no contexto do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT/CNPq), o Observatório das Metrópoles contratou o jornalista Breno Procópio, que passou a editar e produzir o boletim semanal. Esse profissional ficou com a responsabilidade tanto de traduzir o conteúdo científico para uma linguagem mais jornalística com foco numa difusão mais ampla; como também passou a planejar ações de comunicação para os públicos externos da rede — incluindo os formadores de opinião e os veículos de imprensa interessados na temática das cidades.
Dessa forma, boletim e portal tornaram-se as ferramentas digitais de divulgação, difusão de conhecimento e transferência de resultados, alinhando-se às metas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metrópoles, tais como a) produção de conhecimento sistemático e comparativo da problemática metropolitana brasileira, levando em consideração a diversidade regional do país; b) formação de recursos humanos; c) produção de conhecimento em rede – vencendo as distâncias do território nacional e a fragmentação do conhecimento; d) protagonismo do instituto nos debates públicos sobre as questões nacionais e suas relações com os desafios urbano-metropolitanos; e) parcerias com as instâncias governamentais para a pesquisa e elaboração de políticas relacionadas à metrópole.
Na página digital do boletim, o Observatório tem divulgado e debatido grandes temas relacionados à vida nas grandes cidades, como a moradia, a mobilidade urbana, a segurança, o planejamento e regulação urbana – com destaque para o Estatuto da Cidade e Estatuto da Metrópole -, o meio ambiente, os aspectos sócio-econômicos do espaço urbano, a governança metropolitana, as correlações entre educação e território, saúde e território, bem como as mudanças demográficas ocorridas no Brasil nas últimas décadas.
“O boletim do Observatório se tornou um veículo de difusão do próprio campo do planejamento urbano e regional. Nesse sentido, o boletim e o portal do Observatório passaram a reunir conteúdos do campo de pesquisa sobre o urbano, de áreas como Arquitetura e Urbanismo, Geografia, Ciências Sociais, Demografia, Economia, entre outros”, afirma Juciano Martins Rodrigues e completa:
“O boletim hoje é fundamental para a própria existência do Observatório das Metrópoles, já que ele comunica a nossa produção de conhecimento para a sociedade em geral. Ao longo de sua trajetória, esse instrumento de comunicação ampliou a relação dos pesquisadores do Observatório com a sociedade, incluindo a imprensa, a comunidade acadêmica brasileira e estrangeira, os movimentos sociais e os atores governamentais”.
RESULTADOS DA DIFUSÃO CIENTÍFICA
Atualmente, o boletim do Observatório das Metrópoles alcança semanalmente cerca de 35 mil pessoas, sendo enviado para 12 mil pessoas via mala direta; e alcançando mais 25 mil pessoas por meio das redes sociais — Facebook e Twitter.
A produção contínua de conteúdos e notícias sobre os temas urbano e metropolitano consolidaram o Portal do Observatório das Metrópoles como um site de referência para as pesquisas no Brasil.
De acordo com a ferramenta de audiência do Google Analytics, o portal do Observatório recebeu, no período de agosto de 2007 a agosto de 2017, cerca de 2 milhões de acesso, sendo que 1 milhão e 800 mil acessos foram realizados por usuários brasileiros.
Os dados também confirmam a internacionalização da rede de pesquisa: foram 32 mil acessos vindos de Portugal; 19 mil dos EUA; 9 mil da Argentina; 7 mil da França; 6,5 do México; 6 mil Colômbia; e 5,5 do Reino Unido.
CAMPANHAS
O boletim também protagonizou campanhas de sucesso em termos de difusão. Em 2016, o veículo lançou a campanha “70 livros para download do Observatório das Metrópoles”, com o objetivo de dar continuidade à sua política de difusão científica com o compartilhamento amplo e gratuito de toda a sua produção de conhecimento.
O resultado da campanha alcançou números impressionantes: foram mais de 1 milhão e 200 mil downloads no site observatoriodasmetropoles.net.br, ajudando a ampliar a difusão da temática metropolitana e do planejamento urbano em todo o país. Destaque para a Coleção “Metrópoles: transformações na ordem urbana” que alcançou a marca de aproximadamente 585 mil downloads. O post da campanha foi acessado por mais de 70 mil pessoas.