Metrópoles e cidades de fronteira: o que as torna inseparáveis?

Como são percebidas as relações entre a metrópole e a cidade da fronteira, as relações remotas que se estabelecem cotidianamente, os efeitos dos fluxos contínuos e dos movimentos efêmeros sobre os lugares “mais distantes do território nacional”? Essa é uma das questões centrais que orientam este texto de Rosa Moura, vice-coordenadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Curitiba e pesquisadora sênior do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Produzido para o IX Seminário da Red de Investigación sobre Áreas Metropolitanas de Europa y América Latina (RIDEAL), ocorrido entre 12 e 14 de agosto em São Paulo, o trabalho de Moura explora como são percebidas as relações entre a cidade da fronteira e a metrópole, valendo-se de trabalho de campo realizado, no âmbito de pesquisa em desenvolvimento no IPEA, em sete arranjos espaciais transfronteiriços, que compõem fragmentos da metropolização em curso.

Apresentamos essa semana mais um Texto para Discussão (TD). O terceiro TD contém uma análise do caso da ocupação Vila Eliana Silva (Belo Horizonte/MG) com o objetivo de discutir as possibilidades e limites de repertório de ação dos movimentos de moradia num contexto sociopolítico caracterizado por uma inflexão ultraliberal e com significativas transformações na relação entre Sociedade Civil e Estado.

Segundo os autores Ana Carolina Soraggi, Thêmis Aragão e Filipe Corrêa, a história da Vila Eliana Silva e o relato dos seus moradores explicitam a luta pelo efetivo cumprimento da função social da propriedade. Na conclusão, o texto destaca a necessidade do retorno às bases e o fortalecimento dos movimentos para a reversão do quadro político e retomada da Reforma Urbana.