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Lançamento da campanha "Olimpíadas para quem?" contou com ato de protesto e passeata entre a Prefeitura do Rio e a sede do Comitê Rio 2016

Lançamento da campanha “Olimpíadas para quem?” contou com ato de protesto e passeata entre a Prefeitura do Rio e a sede do Comitê Rio 2016

Para protestar contra supostos abusos e violações de direitos por parte do poder público e econômico, movimentos sociais do Rio de Janeiro se uniram para lançar a campanha “Olimpíada para quem?”. Ela apresenta 16 reivindicações para construir “um outro Rio 2016”.

A campanha foi lançada no dia 5 de agosto, data que marcava a contagem regressiva de um ano para a realização dos Jogos Olímpicos. No dia 25 o movimento irá lançar um dossiê sobre a falta de legado olímpico no Rio de Janeiro. No ano de mobilização é previsto, ainda, a realização de plenárias, festivais e atos de protesto.

Em entrevista à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), a pesquisadora do Observatório das Metrópoles Mariana Werneck, que também é integrante do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíada, destacou que as reivindicações da campanha discutem o modelo de cidade que está sendo construída “a pretexto da Copa em 2014 e das olimpíadas em 2016”.

“A zona portuária é uma mega-área que está sendo apropriada pela Concessionária Porto Novo. Na Barra da Tijuca, o Parque Olímpico também está sendo entregue para a iniciativa privada por meio de outra PPP. Isso tudo traz efeitos sobre a cidade. Remoções, camelôs impedidos de trabalhar, greve dos garis, despoluição da Baía de Guanabara, o escândalo do campo de golfe. É uma série de pautas que  estamos trabalhando ao longo de anos para a construção de uma massa crítica a respeito desse evento”, disse Werneck à EBC.

Entre as principais reivindicações dos movimentos sociais estão a popularização do Maracanã; a reabertura do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Júlio Delamare; transporte público de qualidade e com tarifa zero; e o fim da violência policial.


Legado olímpico
A Prefeitura do Rio afirma que toda a infraestrutura para os jogos olímpicos ficará como legado para a cidade e que os equipamentos ficarão para uso da população. Na entrevista à EBC, Mariana Werneck argumentou a inexistência deste legado.

“Isso é colocado como uma bandeira por quem defende as olimpíadas, mas a gente vê que na verdade não existe legado nenhum. Os equipamentos esportivos estão sendo privatizados e nossos atletas estão treinando fora, nos Estados Unidos ou outros países”, disse.

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