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Lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o livro “Dinâmica Econômica, Mudanças Sociais e Novas Pautas de Políticas Públicas” tem por objetivo compreender as diferentes dimensões da dinâmica social no Brasil, a estratificação e a mobilidade social brasileira.

Composta por nove capítulos, a coletânea foi organizada pelos pesquisadores do Ipea, João Cláudio Basso Pompeu, André Rego Viana, Luis Carlos Garcia Magalhães e Ana Paula Vasconcelos Gonçalves, professora adjunta no Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Conforme afirma André Rego Viana, “uma parte da obra é essencialmente teórica, baseada em uma longa discussão que busca resgatar a importância do uso da estratificação social e das categorias de classe para o debate de política pública no Brasil”, mas também inclui uma série de estudos de caso que complementam o cenário abrangente e aprofundado das análises apresentadas no livro.

O pesquisador do Observatório das Metrópoles Núcleo Porto Alegre, André Ricardo Salata, é autor do capítulo “Classe de origem e resultados educacionais: uma análise considerando o caráter posicional da escolaridade”, onde trata da relação entre origem de classe e resultados educacionais em um contexto de expansão do sistema de ensino. O objetivo principal da análise é verificar se a crescente escolarização da população brasileira, ao longo das últimas décadas, foi capaz de enfraquecer a relação entre origem social e escolaridade alcançada.

No texto, Salata afirma que os resultados da análise corroboram a hipótese de que, ao adotar medidas relativas de educação, chegamos a estimativas menos otimistas acerca da capacidade de a expansão educacional reduzir o efeito da origem de classe sobre a escolaridade alcançada:

No geral, o que observamos é uma tendência de manutenção das desigualdades. Há, no entanto, duas exceções, que são os filhos de proprietários e de trabalhadores rurais. Para estes, podemos afirmar que houve sim redução das desvantagens em relação aos filhos de profissionais. (…) Ainda assim, com exceção dessas duas categorias rurais, o quadro geral é de estabilidade das desigualdades.

Além dos organizadores da obra e de Salata, assinam também artigos na coletânea: Marcela Fernanda da Paz de Souza, Natália Leão, Luiz Rubens Câmara de Araújo, Carla Rodrigues Costa de Araújo, Kolai Zagbaï Joel Yannick, Flavio Carvalhaes e José Alcides Figueiredo Santos.

Os capítulos teórico-metodológicos tratam de temas como: percursos metodológicos dos estudos sobre estratificação social no Brasil (capítulo 1); tipologias de classe aplicadas à realidade brasileira (capítulo 2); procedimentos metodológicos utilizados para a construção da tipologia de classes adotada na pesquisa dinâmica econômica, mudanças sociais e novas pautas de políticas públicas (capítulo 3); e a tipologia ocupacional erikson-goldthorpe-portocarero: uma avaliação analítica e empírica (capítulo 4).

A segunda parte da obra, na seção de aplicações de tipologias de classe, trata dos assuntos: fundamentos e aplicações de uma tipologia de classes para o Brasil (capítulo 5); classe de origem e resultados educacionais (capítulo 6); interações entre origem de classe e raça na transmissão das desigualdades no Brasil (capítulo 7); desindustrialização e mudança na estrutura de classes no Brasil (capítulo 8); e grupos ocupacionais na PNAD Brasil (2002-2015) (capítulo 9).

Acesse a obra completa, CLIQUE AQUI.

Foto: Arquivo (Agência Brasil).

*Com informações da Comunicação – Ipea.