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GeoMetrópoles: monitoramento espacial das regiões metropolitanas brasileiras

By 28/11/2012janeiro 18th, 2018Notícias

GeoMetrópoles: monitoramento espacial das regiões metropolitanas brasileiras

O INCT Observatório das Metrópoles apresenta à comunidade acadêmica, aos movimentos sociais e a todos aqueles interessados pela questão urbana a nova versão do sistema de informações geográficas GeoMetrópoles. A ferramenta foi desenvolvida com o propósito de reunir em um só plano de informação dados espaciais sobre os mais diversos temas (demográficos, sociais, econômicos, ambientais) relacionados às regiões metropolitanas do Brasil. Considerado pela comissão avaliadora do Programa INCT/CNPq como uma contribuição inovadora do Observatório para a sociedade brasileira, o GeoMetrópoles é um sistema aberto e de atualização permanente a fim de possibilitar o acesso e a produção democrática de dados quantitativos e qualitativos referentes à temática urbana e metropolitana.

“Não existe no Brasil uma base de dados sobre as metrópoles brasileiras. No entanto, temos 51 aglomerados metropolitanos de acordo com o IBGE; isto é, as RMs ganham cada vez mais um papel central no desenvolvimento do País e, consequentemente, nos desafios da gestão urbana. O Observatório das Metrópoles resolveu desenvolver um sistema de informações geográficas a partir dos dados censitários do IBGE – nossa fonte matriz. Ou seja, o GeoMetrópoles incorpora às escalas nacional, regional, macro-regionais, entre outras do IBGE, informações sobre as regiões metropolitanas, incluindo informações pontuais como localização de equipamentos urbanos (escolas, postos de saúde, locais de votação etc”, explica o coordenador nacional do instituto, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro.

A ferramenta apresenta outra característica: as informações sobre as RMs são desagregadas em várias escalas: região metropolitana na sua inserção regional; municipal, intra-municipal, entre outras. “O GeoMetrópoles foi pensado para atender os diversos públicos, por isso os seus dados podem ser lidos em diferentes escalas e todas as informações estão linkadas aos outros níveis. O planejador  vai pensar a metrópole e tem um interesse específico; mas o militante está pensando no seu bairro, nos problemas que são diários. Quer dizer, como é que estão as condições de saneamento do bairro? Como é que está o desempenho escolar das crianças daquela região, como é que está a situação da moradia? Essas escalas são disponibilizadas no GeoMetrópoles. E isso tudo vinculado ao Google o que permite a elaboração de mapas a partir de imagens de satélites, ou seja, imagens reais”, afirma Ribeiro.

Idealizado e desenvolvido pelo pesquisador Arthur Felipe Molina Moreira, responsável também pela coordenação de uma equipe que trabalhou no projeto, o GeoMetrópoles é um sistema aberto e pode ser operacionalizado pela internet. Dessa forma, qualquer usuário pode ter acesso e utilizar as informações para produzir tabelas, mapas, gráficos etc. “Além disso, é um sistema que permite ser permanentemente atualizado pelos dados que vem do IBGE (fonte matriz), como também informações administrativas, da Justiça Eleitoral, do Censo Escolar, da Prova Brasil, Informações do Data SUS, ou seja, qualquer informação cadastral administrativa pode ser incorporada na ferramenta”, esclarece o pesquisador.

Acesso à informação e participação popular

Arthur Molina conta que o projeto GeoMetrópoles partiu da elaboração de uma plataforma de SIG Participativo a partir da experiência da Rede Observatório das Metrópoles  em trabalhos de assessoria em organizações não governamentais ligadas ao Movimento Nacional pela Reforma Urbana (MNRU). “Por conta dessa relação com os movimentos sociais, o projeto teve como objetivo inicial criar uma ferramenta que ao mesmo tempo em que centralizasse todas as informações espaciais sobre o ambiente metropolitano brasileiro, possibilitasse a visualização, a colaboração e a análise das informações de modo intuitivo e interativo por usuários com escolaridades variadas de modo a capacitar o cidadão no entendimento da questão urbana”, explica o pesquisador.

Atualmente o sistema oferece uma organização das informações de maneira que sua apresentação facilite ao mesmo tempo a visualização dos elementos da dinâmica espacial metropolitana, a construção de mapas temáticos e a análise espacial através das diferentes ferramentas de geotecnologia, oferecendo maior autonomia na utilização por pesquisadores não especializados. “Queremos possibilitar ao usuário comum o acesso a informações espaciais, à medida que este conhecer o espaço em questão instrumentalize o usuário para melhor entender os processos de produção espacial que a todo momento alteram a sua vivência, ao construir constantemente novas paisagens, novas espacialidades”, argumenta.

Acesse o GeoMetrópoles. Faça seu cadastro e utilize o sistema de informações geográficas sobre as regiões metropolitanas brasileiras aqui.

 

DESAFIO: aperfeiçoamento do sistema

Concebido como uma ferramenta para possibilitar a democratização da informação, o GeoMetrópoles é um sistema em constante aperfeiçoamento, seja pelo feedback dos usuários como também pela ampliação da base de dados. Segundo Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, o desafio do Observatório das Metrópoles em relação à ferramenta é incorporar a base de dados de 2010 e aperfeiçoar outras funções. “O instituto precisa agora formar uma nova equipe com profissionais especializados para incorporar os dados do Censo 2010, além de aperfeiçoar a base cartográfica. Só assim o GeoMetrópoles cumpre a sua função de oferecer a base de dados espaciais mais completa sobre as regiões metropolitanas brasileiras”, argumenta o coordenador e completa:

“O nosso desafio refere-se a como transformar dados em informação. Mas como isso pode ser feito? Quando sou capaz de pegar o dado, absorvê-lo e transformá-lo em recurso para a minha ação. Isso depende da capacidade do usuário de lidar e interpretar o dado; mas também do acesso a esse dado, o modo como está disponível. O GeoMetrópoles tem sido aprimorado para facilitar a visualização e o manuseio do dado; quer dizer, queremos ampliar o acesso e a capacidade de interpretação sobre os problemas metropolitanos do país”.

Segundo Arthur Molina, a ferramenta está em fase de ajustes. “A atual fase em que se encontra é a de testes de usabilidade para verificar se realmente a interface é intuitiva e fácil de usar. Para que esta verificação ocorra, o sistema conta com monitoramento de todas as ações do usuário para análise posterior”.

Última modificação em 28-11-2012 23:50:56