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IBEU Atendimento de serviços coletivos urbanos

Para analisar os serviços públicos essenciais para garantia de bem-estar urbano, o IBEU concebeu quatro indicadores: atendimento adequado de água, atendimento adequado de esgoto, atendimento adequado de energia e coleta adequada de lixo. A região metropolitana com pior resultado nessa dimensão foi “Belém” (0,152), seguida de “Manaus” (0,279). Por outro lado, o melhor resultado ficou com “Campinas” (0,959), seguida de São Paulo (0,921). Pode-se perceber que, com algumas exceções, a tendência geral foi das metrópoles da região Norte ficarem com os piores resultados, seguidas pelas da Região Nordeste, Centro-Oeste, e chegando até as RMs das Regiões Sul e Sudeste, com os melhores resultados.

 

ATENDIMENTO DE SERVIÇOS COLETIVOS URBANOS

Por André Ricardo Salata e Gustavo Henrique Pinto Costa

A dimensão Atendimento de serviços coletivos foi construída a partir de quatro indicadores: atendimento adequado de água, atendimento adequado de esgoto, atendimento adequado de energia e coleta adequada de lixo; são indicadores, portanto, que expressam os serviços públicos essenciais para garantia de bem-estar urbano, independente de ser ofertado por empresas públicas ou por empresas privadas através de concessão pública.

Mais especificamente, o atendimento de água é considerado adequado quando é feito por rede geral de água; o atendimento adequado de esgoto, por sua vez, é considerado adequado quando é feito por rede geral de esgoto; o atendimento de energia é considerado adequado quando há energia elétrica de companhias distribuidoras ou de outras fontes, e sendo de companhia distribuidora quando houver existência de medidor; a coleta de lixo, por fim, é considerada adequada quando o lixo é coletado diretamente por serviço de limpeza ou quando colocado em caçamba em serviço de limpeza.

Todos os indicadores correspondem à proporção de pessoas que moram em domicílios que contam com os respectivos serviços. Nas próximas seções faremos uma comparação desta dimensão do IBEU, e seus indicadores separadamente, nas Regiões Metropolitanas; posteriormente, na seção subsequente, nos dedicaremos à análise dessa dimensão do bem-estar urbano nos municípios que compõem aquelas regiões metropolitanas; por fim, na última seção, nos dedicaremos à análise ao no nível das Áreas de Ponderação internas aos municípios metropolitanos.

Conforme já assinalado desde o terceiro capítulo, portanto, esta análise comparativa será feita em três escalas: análise do IBEU das regiões metropolitanas, análise do IBEU dos municípios integrantes dessas regiões metropolitanas e análise do IBEU das áreas de ponderação. A realização de análise em três escalas só é possível porque o cálculo do IBEU foi feito para todas essas escalas sempre de modo relacional, ou seja, em cada uma dessas escalas o resultado do IBEU de cada espaço foi definido em função do relacionamento existente entre os demais espaços.

ATENDIMENTO DE SERVIÇOS COLETIVOS URBANOS NAS REGIÕES METROPOLITANAS

Conforme já comentado no capítulo metodológico, as dimensões do IBEU variam de “0” a “1”, de modo que quanto mais próximo de “1” melhor o bem-estar urbano. No Gráfico 6.1, abaixo, temos os valores da quarta dimensão do IBEU – atendimento de serviços coletivos – em cada uma das Regiões Metropolitanas, do menor valor (esquerda) para o maior (direita). Podemos ver que a Região Metropolitana com pior resultado nessa dimensão foi “Belém” (0,152), seguida de “Manaus” (0,279). Por outro lado, o melhor resultado ficou com “Campinas” (0,959), seguida de São Paulo (0,921). Para o conjunto das Regiões Metropolitanas, destacado em vermelho, o resultado nesta dimensão foi 0,739. Podemos perceber que, com algumas exceções, a tendência geral foi das regiões metropolitanas da Região Norte ficarem com os piores resultados, seguidas das regiões metropolitanas da Região Nordeste, Centro-Oeste, e chegando até as RMs das Regiões Sul e Sudeste, com os melhores resultados.

Ao olharmos o gráfico acima podemos ter uma noção mais geral sobre o atendimento a serviços coletivos nas metrópoles Brasileiras; no entanto, não é possível analisar os diferentes indicadores que compõem essa dimensão (D4) de nosso Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU). A fim de possibilitar essa análise mais detalhada, na Tabela 6.1, abaixo, temos os resultados para cada um dos indicadores que compõem essa dimensão (atendimento adequado de água, esgoto, energia e coleta de lixo) para cada uma das Regiões Metropolitanas.

Começando pelo indicador referente à “Água”, podemos verificar que a Região Metropolitana de “Curitiba” foi aquela com melhor resultado (0,989), seguida da “Grande Vitória” (0,983), “Belo Horizonte” (0,982) e “Campinas” (0,981). Em contrapartida, com os piores resultados ficaram “Belém” (0,003), “Manaus” (0,434) e “Goiânia” (0,602); por fim, o conjunto das regiões metropolitanas teve o resultado de 0,810 neste indicador. Gostaríamos de destacar, entretanto, o resultado surpreendentemente baixo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com “0,628”.

Olhando agora para a próxima coluna à direita, para indicador referente à “Esgoto”, podemos verificar que a Região Metropolitana de “Campinas” foi aquela com melhor resultado (0,999), seguida da “São Paulo” (0,970), “Belo Horizonte” (0,937) e “Grande Vitória” (0,903). Do outro lado, com os piores resultados ficaram “Belém” (0,012), “Manaus” (0,194) e “Goiânia” (0,256); por fim, o conjunto das regiões metropolitanas teve o resultado de 0,749 neste indicador. Gostaríamos de destacar, entretanto, o resultado surpreendentemente baixo da Região Metropolitana de Florianópolis, com “0,293”.

Caminhando agora à próxima coluna à direita, para o indicador referente à “Lixo”, obervamos que a Região Metropolitana de “Campinas” foi aquela com melhor resultado (0,879), seguida da “Curitiba” (0,877), “São Paulo” (0,860) e “Porto Alegre” (0,826). Do outro lado, com os piores resultados ficaram “Recife” (0,017), “Fortaleza” (0,038) e “Salvador” (0,151); já o conjunto das regiões metropolitanas, por sua vez, teve o resultado de 0,603 neste indicador. Gostaríamos de destacar, desta vez, o resultado extremamente baixo das Regiões Metropolitanas de Salvador, Fortaleza e Recife.

Por fim, na última coluna à direita temos os resultados referentes ao serviço de “Energia Elétrica”. Podemos verificar que a Região Metropolitana de “Goiânia” foi aquela com melhor resultado (0,977), seguida da “Curitiba” (0,950), “Fortaleza” (0,942) e “Campinas” (0,936). Em contrapartida, com os piores resultados ficaram “Manaus” (0,013) e “Belém” (0,441); já o conjunto das regiões metropolitanas, por sua vez, teve o resultado de 0,785 neste indicador. Gostaríamos de destacar, entretanto, o resultado baixo da Região Metropolitana de “Manaus”, com “0,013”.

Nesta seção, portanto, nos dedicamos à análise da quarta dimensão do IBEU, referente ao atendimento de serviços coletivos, e seus indicadores internos (água, lixo, esgoto e energia), tomando as Regiões Metropolitanas como unidades de análise para essa comparação. Na próxima seção iremos aprofundar essa análise trazendo as informações municipais para esta mesma dimensão do Índice de Bem-Estar Urbano.

Para ver todos os resultados do IBEU Condições ambientais urbanas, faça o download do livro “Índice de bem-estar urbano – IBEU”.