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Na última semana, foi lançado um manifesto pela criação do Sistema Único de Mobilidade (SUM). Ao todo, 145 organizações da sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores do assunto assinam o documento, incluindo o Observatório das Metrópoles.

A proposta surge diante da situação calamitosa da mobilidade urbana no Brasil, aprofundada pela pandemia, e traz soluções para combater as desigualdades, a crise climática e garantir o direito à cidade. Vem, ainda, como uma contribuição para a iniciativa do Governo Federal de criar um novo marco regulatório para o transporte público coletivo no país, que está em debate desde o início de 2022.

Entre os problemas apontados pelo manifesto estão a má qualidade dos serviços de transporte público coletivo e os aumentos constantes de tarifa, o que tem gerado uma diminuição progressiva no número de usuários. Além disso, cita a falta de financiamento para infraestrutura adequada e predominância de políticas públicas que priorizam carros e motos, bem como a falta de transparência sobre os custos das empresas concessionárias e a ausência de controle público e social sobre os sistemas.

O que é o SUM – Sistema Único de Mobilidade?

Para resolver o problema, os signatários propõem a criação de um Sistema Único de Mobilidade nos moldes do SUS – Sistema Único de Saúde e do SUAS – Sistema Único de Assistência Social. A ideia é a construção de um sistema integrado nas esferas federal, estadual e municipal. De acordo com o documento, o SUM – Sistema Único de Mobilidade deve ser um instrumento de:

  • Equidade: combatendo as desigualdades.
  • Universalidade: garantindo acesso universal das pessoas aos espaços e oportunidades das cidades, sem discriminação de qualquer natureza.
  • Acessibilidade: incluindo socialmente e garantindo o acesso à mobilidade especialmente para pessoas com deficiência, baixa mobilidade ou restrição de mobilidade.
  • Integralidade: promovendo acesso a todas as esferas de serviço da mobilidade urbana, de forma integrada, em uma lógica porta-a-porta, privilegiando a intermodalidade e a integração completa (física, tarifária e operacional), sem restrição de horários.
  • Sustentabilidade: combatendo a crise climática e melhorando a qualidade do ar.

Entre as diretrizes orientadoras do SUM – Sistema Único de Mobilidade estão:

  1. Participação e controle social deliberativos.
  2. Promoção da gestão metropolitana e de consórcios entre municípios.
  3. Linhas de financiamento para infraestruturas voltadas ao transporte público e à mobilidade ativa
  4. Financiamento, distribuição de recursos e responsabilidades de forma integrada entre as três esferas de governo: municipal, federal e estadual.
  5. Integração entre o planejamento urbano e o planejamento da mobilidade urbana; estratégias para a redução do tráfego e uso de veículos particulares.
  6. Transparência na composição de custos para a correta aplicação de subsídios.
  7. Transparência e canais de comunicação com a sociedade.
  8. Produção de dados que norteiem as políticas públicas.
  9. Frota limpa e fiscalização da emissão de poluentes.

Veja aqui o manifesto completo.

*Com informações do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)