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A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), organização escolhida pelos atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale, a Mina Córrego do Feijão, para realizar a Assessoria Técnica Independente na bacia do rio Paraopeba (MG), produziu recentemente uma Matriz de Medidas Reparatórias Emergenciais.

A iniciativa é resultado de um amplo processo de participação social e assessoria técnica independente, realizado entre os meses de julho e outubro de 2020, cujo objetivo foi levantar propostas das pessoas atingidas sobre medidas emergenciais de reparação por danos relacionados ao desastre/crime nas Regiões 1 (Brumadinho) e 2 (Betim, Igarapé, Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas).

Os documentos abrangem 220 medidas de caráter emergencial e mitigatório, construídas a partir de um total de 4.067 presenças de pessoas registradas nos espaços participativos da Aedas na Região 1 e Região 2. Segundo a organização, as medidas devem ser implementadas de forma integrada e complementar nas comunidades, bairros e municípios atingidos pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão da empresa Vale S/A.

A Aedas destaca nos documentos de apresentação da Matriz Emergencial das Regiões 1 e 2 a situação de extrema fragilidade das comunidades envolvidas:

No diálogo entre conhecimentos científicos e conhecimentos das pessoas atingidas, evidenciou-se que o desastre sociotecnológico criou situações complexas de vulnerabilização, além de agravar situações de pessoas ou coletividades que já estavam em condições de vulnerabilidade antes do rompimento da barragem da Vale S/A, piorando em todos os casos as condições de vida dessas pessoas, famílias e comunidades.

A Matriz Emergencial das Regiões 1 e 2 será base para aprofundamento dos temas centrais para reparação integral das pessoas atingidas. Nesse sentido, a Aedas avançará para um detalhamento em relação a urgência, capacidade de mitigação para participação dos atingidos no processo, caráter coletivo, acordos já firmados sobre o tema, base legal, etc. Nos próximos espaços participativos, a organização trabalhará as medidas construídas a partir das especificidades dos territórios e comunidades, bem como as possibilidades de incidência das medidas no processo judicial e para além dele.

CONFIRA A MATRIZ DE MEDIDAS REPARATÓRIAS DA REGIÃO 1 E DA REGIÃO 2.

A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) é uma organização da sociedade civil que atua na Assessoria Técnica Independente às pessoas atingidas da Bacia do Paraopeba (Regiões 1 e 2). Nesse contexto, a Aedas realiza dois trabalhos principais. O primeiro é a execução de estudos e processos participativos nos quais as pessoas atingidas têm acesso à informação sobre o processo de reparação e podem discutir seus danos. O segundo trabalho consiste em informar, levantar e discutir em espaços participativos as propostas das pessoas atingidas sobre a melhor maneira de reparar os prejuízos sofridos, também construindo sínteses e documentos. Saiba mais em: www.aedasmg.org

Linha do tempo com a história de atuação das assessorias técnicas nas margens do Rio Paraopeba.