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No dia 17 de fevereiro, a antropóloga e professora da UFF, Jacqueline Muniz, concedeu uma entrevista à Globo News no qual fez uma análise lúcida sobre a proposta de intervenção federal-militar no Rio de Janeiro, mostrando que a ação do Governo Temer era mais uma jogada política do que uma solução efetiva. Após a entrevista, Muniz sofreu constantes ataques nas redes sociais, de cunho preconceituoso e de ódio. Diante desse contexto, o InEAC (UFF) e outros tantos intelectuais assinaram uma nota de apoio à professora Jacqueline Muniz, e em defesa das liberdades democráticas.

O INCT Observatório das Metrópoles apoia a Nota Pública do INCT-InEAC “Em apoio à professora Jacqueline Muniz e em defesa da igualdade jurídica e das liberdades democráticas”. A nossa equipe acredita que para a a consolidação e manutenção de uma democracia efetiva é fundamental o debate aberto, amplo e com divergências de opinião, e com direito à livre expressão. Especialmente quando o debate refere-se a uma intervenção federal-militar nunca antes realizada no país.

Veja a seguir a entrevista da professora Jacqueline Muniz para a Globo News.

https://youtu.be/v97Z3RKns7E

NOTA INEAC

Em apoio à professora Jacqueline Muniz e em defesa da igualdade jurídica e das liberdades democráticas

Os professores do Departamento de Segurança Pública, os pesquisadores associados ao Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (InEAC), e demais membros da comunidade universitária, vêm a público para se posicionar em irrestrito apoio à nossa colega, professora Jacqueline de Oliveira Muniz, que tem sido objeto de ataques constantes nas redes sociais, em razão da impressionante repercussão de sua didática exposição contrária à intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro na edição das 10h do Jornal GloboNews, de 17/02/2018.

Os ataques, extremamente reduzidos diante dos milhares de posicionamentos que se mostram satisfeitos, quando não agradecidos, diante dos esclarecimentos promovidos pela professora, revelam o desespero diante dos efeitos de desmonte da farsa pirotécnica construída em torno da chamada intervenção federal. E se coadunam com as mentalidades regressivas que atuam, já há algum tempo, na dilapidação e sucateamento das instituições democráticas, em favor de um despotismo voltado para maior empoderamento e enriquecimento de grupos e indivíduos subservientes aos interesses de um capitalismo selvagem. Por outro lado, são posturas que destilam misoginia e preconceito, segregando ódio, voltados para incrementar a vitimização de minorias sociais construídas, particularmente mulheres, homossexuais e transgêneros, pobres e grupos étnicos desfavorecidos.

A professora Jacqueline Muniz está sendo atacada por uma razão muito simples. Ela demonstrou para todo o país o amplo conhecimento que detém sobre assunto considerado de domínio de poucos, especialmente atores externos à sociedade civil. O que não nos surpreende, já que sua competência é resultado de mais de duas décadas de pesquisas e atuação profissional em diferentes instituições acadêmicas, como também nos poderes executivos em diferentes esferas de governo. Razão pela qual foi convidada a lecionar em dezenas de academias de polícia no Brasil e na América Latina sendo, invariavelmente, homenageada pelos policiais com os quais tem contato.

É possível que o que mais incomode as mentes subservientes às estratégias anti-democráticas seja o domínio discursivo demonstrado pela professora diante das lentes midiáticas, geralmente apontadas para distorcer a realidade. Dessa vez, ao que parece, a lente é que foi distorcida, revelando as estratégias hipócritas dispostas a brincar com vidas humanas para mero deleite de um poder urdido por práticas golpistas dispostas a se perpetuarem.

A professora demonstrou, de forma singular, que a produção da Universidade Pública, calcada na indissociação entre pesquisa, ensino e extensão – a mesma que o governo federal e seus aliados querem destruir – pode e deve estar a serviço da promoção do Estado Democrático de Direito, onde as leis e a Constituição Federal sejam respeitadas, como é a posição desse departamento e desse instituto.

Finalmente, os esforços institucionais de toda a comunidade que integra o InEAC, bem como o DSP, se voltam para os estudos dos processos de administração de conflitos e, nestes, para a segurança pública não apenas como mero objeto da curiosidade científica.

Pensamos esta última como uma dimensão resultante de interações sociais objetivas e, portanto, eivadas de subjetividades que merecem tratamento científico de natureza interdisciplinar. As problematizações e perspectiva críticas promovidas por este corpo docente na abordagem da referida temática estão a serviço de projetos que parecem interessar amplamente a sociedade.

Começando por socializar os estudantes para a aquisição de conhecimentos e competências que possibilitem o desenvolvimento do pensamento autônomo e respeito às diferenças presentes nos processos comunicacionais interativos. Por isso mesmo nos posicionamos em defesa do Estado Democrático de Direito, das garantias individuais e coletivas, bem como da promoção equitativa da justiça para além dos termos meramente formais. Não é possível falar de segurança pública sem nos atermos à defesa da educação pública em todos os níveis, entre outros a promoção de políticas sociais que atendam indistintamente a todos os cidadãos.

Assinam:

Cristiane Reis (DSP/UFF)

Danieli Machado Bezerra (DSP/UFF)

Daniel Ganem Misse(DSP/UFF)

Izabel Nunez (DSP/UFF)

Klarissa Platero (DSP/UFF)

Lenin Pires (DSP/UFF)

Luciane Patricio (DSP/UFF)

Ludmila Antunes (DSP/UFF)

Marco Aurelio Gonçalves Ferreira (DSP/UFF)

Paula Pimenta (DSP/UFF)

Pedro Heitor Barros Geraldo (DSP/UFF)

Vivian Gilbert Ferreira Paes (DSP/UFF)

Vladimir Carvalho Luz (DSP/UFF)

Apoiam também:

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos em Administração de Conflitos (INCT-InEAC – wwwineac.uff.br) e demais membros da comunidade universitária.

Roberto Kant de Lima – (Coordenador – INCT-InEAC)

Sidney Mello (Reitor da UFF)

Antonio Claudio da Nóbrega (Vice-Reitor da UFF)

Simoni Guedes (Depto de Antropologia/UFF)

Ana Paula Mendes de Miranda (Depto de Antropologia/UFF – Coordenadora do Curso de Especialização em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública )

Fábio Reis Mota (Depto de Antropologia/UFF e coordenador do NUFEP)

Lucía Eilbaum (Depto de Antropologia/UFF)

Edilson Márcio Almeida da Silva (Coordenador do Programa de Antropologia/UFF)

Felipe Berocan Veiga – (Depto de Antropologia/UFF)

Glaucia Mouzinho – (Ciências Sociais UFF/Campos)

Soraya Silveira Simões -IPPUR/UFRJ

Kátia Sento Sé Mello – NUSIS/UFRJ

Marco Antonio da Silva Mello – IFCS-UFRJ

Lana Lage – (UENF- UFF-InEAC)

Rodrigo Guiringhelli Azevedo – (PUCRS)

Michel Lobo – (InEAC-UFF e IESP-UERJ)

José Colaço (Neanf/UFF e InEAC/UFF)

Frederico Policarpo – (professor do curso de políticas públicas / Uff )

Bárbara Lupetti – (UFF e UVA)

Andrés del Rio – (chefe do departamento de geografia e políticas públicas/ Uff)

Alberto Di Sabbato – (Faculdade de Economia/UFF)

Maíra Machado-Martins – (Departamento de Arquitetura – PUC-Rio)

Talitha Rocha –  (PPGA/UFF e InEAC/UFF)

Leticia de Luna Freire – (Dep. Ciências Sociais e Educação – UERJ)

Marcos Verissimo – (INCT-InEAC)

Paloma Monteiro (PPGA/UFF e InEAC/UFF)

Vera Ribeiro Almeida S. Faria – (InEAC e PPGSD/ UFF)

Andréa Soutto Mayor – (InEAC/Departamento de Psicologia de Campos)

Gabriel Borges da Silva – (PPGSD/UFF é InEAC/UFF)

Rolf Malungo de Souza – (Departamento de Ciências Humanas e coordenador do Necter)

Natália Brandão – (PPGA/UFF e InEAC/UFF)

Aureanice de Mello Correa – (coordenadora do PEARGEC/UERJ)

Roberta de Mello Correa – (PPGA/UFF e INEAC/UFF)

Patricia Maya Monteiro – DPUR/UFRJ

Yolanda Gaffree Ribeiro – (Departamento de Sociologia/IFCS/UFRJ e INEAC/UFF).

Flavia Medeiros – (Pesquisadora PPGA/UFF e InEAC/UFF)

Fabio de Medina da Silva Gomes – (PPGA/UFF e InEAC/UFF)

Hully Falcão – (PPGA/UFF e InEAC/UFF)

Eduardo Batitucci – (Fundação João Pinheiro)

Luiza Aragon Ovalle – (PPGA/UFF e INCT/INEAC)

Jacqueline Sinhoreto – (Gevac UFSCar)

Victor Cesar Torres de Mello Rangel – (PPGPS/UENF e InEAC/UFF)

Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto – (Professor Ppga/ Coordenador do Neom-Uff)

Laura Graziela Gomes – (GAP/PPGA/UFF)

Daniel Simião  – (dep antropologia UnB)

Márcia Maria Menendes Motta – (Coordenadora do INCT PROPRIETAS)

Jussara Freire – (InEAC – Ciências Sociais UFF Campos)

Rogerio Lopes Azize – (Instituto de Medicina Social/UERJ)

Mario Miranda – (advogado – INCT/InEAC)

Claudio Salles (Jornalista – INCT INEAC)

Martinho Braga Batista e Silva – (IMS-UERJ)

Mariana Baltar – (PPGCine-UFF)

Rômulo Bulgarelli Labronici (INCT-InEAC/UFF)

Rodrigo de Araújo Monteiro 0 (Ciências Sociais UFF Campos)

Leonardo Vieira Silva – (INCT-InEAC)

Paulo Henrique de Almeida Rodrigues – (Instituto de Medicina Social/Uerj)

Carina Santos – (prof sociologia rede estadual/PPGA/INEAC)

Horacio Federico Sivori – (Instituto de Medicina Social/Uerj)

Julita Lemgruber – (diretora do CESEC/UCAM)

Silvia Ramos – (coordenadora do CESEC/UCAM)

Pedro H. Villas Bôas Castelo Branco – (IESP/UERJ)

Doriam Borges – (LAV/UERJ)

Fernando Henrique Cardoso Neves – (mestrando PPGSD/UFF)

Henyo Trindade Barretto Fº – (Deptº de Antropologia/UnB)

Patrícia Melo Sampaio – (Deptº de História – UFAM)

João Velloso – (Fac. of Law, University of Ottawa, Canada)

Gentil Corazza – (Professor titular UFRGS)

Cristovão Fernandes Duarte – (Coordenador do Mestrado Profissional em Arquitetura Paisagistica PROURB/FAU/UFRJ)