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Via Núcleo Norte Fluminense

Como constituir atores coletivos municipais ou regionais capazes de defender o seu território do domínio de grandes investimentos alheios às necessidades locais e controlados por interesses privados internacionais? Essa foi uma das questões centrais do debate suscitado pelo lançamento do livro “Desenvolvimento Urbano e Governança: para uma agenda do Norte Fluminense”, na noite de segunda-feira, 06/05/24, na Casa de Cultura Villa Maria da Uenf.

Essa síntese foi enunciada pela reitora da UENF, Rosana Rodrigues, que participou da mesa de abertura e se envolveu diretamente no debate que se seguiu à mesa temática, composta pelos professores Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (coordenador nacional do INCT Observatório das Metrópoles), José Luis Vianna da Cruz (UFF) e Roberto Moraes (IFF).

O evento reuniu professores, pesquisadores, militantes de movimentos sociais e lideranças partidárias de diferentes espectros. Um ponto central no debate foi o desafio de levar esse debate a públicos não familiarizados com a linguagem acadêmica.

“Lançar um livro é bom, mas não fura a bolha”, opinou Luciano D’Angelo, liderança histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) de Campos, arriscando a ideia de uma revista. Luiz Cesar relatou que esse esforço de diálogo é uma das marcas da atuação do INCT Observatório das Metrópoles, que, inclusive, está empenhado, de norte a sul do país, em levantar temas em artigos na mídia para ajudar a qualificar o debate neste ano eleitoral.

Roberto Moraes defendeu que a região Norte Fluminense precisa de projetos e da construção de consensos em torno deles. Em intervenção que ilustra essa tarefa, José Luis resgatou o histórico de um empreendimento que se pretendia instalar em Quissamã (RJ) e que teria sua base no exato local utilizado pelos pescadores para morar e atracar suas embarcações. Contratado pela prefeitura para conduzir um estudo de impacto, José Luis liderou uma equipe que assessorou os pescadores, ajudando-os a propor um projeto alternativo de localização do empreendimento, que no fim das contas não se viabilizou por causa da crise fiscal do estado do Rio em 2017.

Outro ponto destacado por José Luis foi o papel fundamental do Observatório das Metrópoles na consolidação do panorama da pesquisa urbano-regional no Norte Fluminense. Segundo o professor, a rede de pesquisa tem promovido um espaço crucial para o debate sobre as problemáticas da região, incluindo a metropolização e a expansão do tecido urbano-regional, com destaque para o Fórum Norte Fluminense. Ele completou:

“(…) o Observatório das Metrópoles, na sua nova inserção, a partir de 2019, produz uma profunda e profícua inflexão em nossa pesquisa urbano-regional, no sentido de contribuir: i) para amalgamar as experiências em curso neste território em que estamos, de formação e de pesquisa em nosso campo; ii) para reunir os pesquisadores e estudantes; ii) para fomentar a ampliação – à escala regional – da interlocução acerca dos fenômenos do campo-urbano regional, somando-se ao acumulado, e iii) para proporcionar um salto de qualidade na articulação com instituições, pesquisadores e trabalhos realizados em todo o país”.

Editado pela Letra Capital, com financiamento da FAPERJ, o livro é resultado dos primeiros dois anos de atuação do Núcleo Norte Fluminense do INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) Observatório das Metrópoles. O conteúdo foi organizado em 11 capítulos, assinados por pesquisadores vinculados ao Núcleo e por especialistas convidados.

O evento foi mediado pelo pesquisador Humberto Meza, um dos coordenadores do Núcleo. A mesa de abertura teve, além da reitora Rosana Rodrigues, o diretor da Casa de Cultura Villa Maria, Giovane do Nascimento.

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