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isbn | 9786501130798
O mutirão habitacional autogerido: trabalho coletivo em canteiro e transformações sociais
A proposta de examinar os processos de um canteiro de obras autogerido por mutirantes pressupõe que esses espaços carreguem potenciais transformadores, com contradições e conflitos, entendendo esse ideal utópico como um espaço de fomento e formação política, que permite a vivência solidária e democrática, e não somente como um local pragmático com a finalidade de construir habitações ou capacitar profissionalmente o trabalhador para o mercado, pela perspectiva da matriz salarial. Parte-se da premissa que as relações estabelecidas durante o trabalho cooperado em mutirão sejam um gatilho para a formação de uma rede solidária popular, com articulações capazes de transformar células da sociedade em nível local.
A pesquisa persegue o caráter sociopolítico do mutirão e busca o sentido do trabalho coletivo como forma de integração pela reciprocidade, verificando as implicações de uma organização social alternativa e cooperada.
Essa possibilidade de análise está embasada numa das premissas dos movimentos sociais que enunciam que “moradia não é mercadoria”, então assim, lança-se o olhar para a garantia de direitos através da autogestão, enquanto um processo produtivo alternativo, como forma de aprendizagem interdependente, com criação de vínculos de vizinhança e construção política coletiva.
A origem dessa pesquisa foi motivada por uma experiência profissional pessoal junto aos movimentos de moradia de São Paulo – como Assessoria Técnica (AT), principalmente às associações filiadas à União
Nacional por Moradia Popular (UNMP) – que empiricamente indicava a potência de uma organização popular, ao lutar por seus direitos e deter o poder de decisão em suas mãos.