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Observatório das Metrópoles, em parceria com a Comunidade Interdisciplinar de Ação, Pesquisa e Aprendizagem (CIAPA), promoveu a live “Redes latino-americanas: resistências e assistência aos assentamentos precários no contexto da pandemia“. A transmissão foi ao ar na última terça-feira, 18, no canal do Observatório no Youtube.

O debate contou com a participação da gerente regional para América Latina e Caribe da Cities Alliance, Ana Cláudia Rossbach; membro do Conselho de Administração da Red Universitaria Latinoamericana de Cátedras de Vivienda (Red ULACAV), Martím Motta; e membro da Coordenação Nacional do Movimentos das Trabalhadoras e Trabalhadores Sem-Teto (MTST Brasil) e da Articulação Recife de Luta, Rud Rafael; além da mediação do pesquisador do Observatório das Metrópoles e membro da CIAPA, Fabiano Diniz.

Na oportunidade, Ana Cláudia Rossbach explicou que a Cities Alliance foi criada há 20 anos, com o enfoque principal de tratar das questões relacionadas à pobreza urbana. Para ela, é preciso criar espaços de diálogo, colaboração e construção coletiva do conhecimento entre os setores. “Uma lição interessante que a área de saúde está dando para os setores da área urbana, é que nós precisamos encontrar formas alternativas de construir conhecimento, de pesquisar, de compreender a realidade e pular os protocolos, como as vacinas, que estão sendo pensadas muito com base na experiencia e na reflexão e é assim que precisamos atuar na área urbana. Não há mais tempo a perder. Precisamos nos conectar e pular essas etapas. A conexão entre a prática e a investigação é fundamental. Estamos caminhando para fortalecer
cada vez mais esses espaços onde a gente possa combinar conhecimentos técnicos, de vivência, mas também fortalezas políticas para, efetivamente, gerar câmbio onde nós estamos atuando”, apontou Ana Cláudia.

Conforme Martim Motta, a Red ULACAV vem falando do contexto da habitação social e repensando o papel da universidade no contexto da pandemia na América Latina e ainda a atuação no marco da articulação e da Produção Social do Habitat (com as organizações e a produção estatal). “A universidade tem que modificar seu papel no contexto atual e formar profissionais que levem em conta a realidade da sociedade e apresentem um acompanhamento das organizações que tenham relação com o território”, pontuou. Segundo ele, os desafios e as ações do contexto pandêmico giram em torno da intervenção nos assentamentos, que pode ser considerada uma necessidade primordial. O membro da Coordenação Nacional do Movimentos das Trabalhadoras e Trabalhadores Sem-Teto (MTST Brasil) e da Articulação Recife de Luta, Rud Rafael, comentou que existe uma agenda das organizações populares que está sendo debatida nas universidades.

“Precisamos criar uma grande rede de produção de novos modelos de cidade que devem atender alguns princípios. Trabalhar na perspectiva da pandemia, desnaturalizar as desigualdades. Não dá para admitir que tenhamos hoje mais imóvel abandonado que gente necessitando de moradia. Priorizar a vida nesse contexto e deixar as dívidas públicas, o teto dos gastos, a vida e as prioridades sociais devem estar em primeiro lugar e não o lucro e a dívida. Trabalhar a perspectiva do combate à desigualdade como elemento central. Investimentos em políticas públicas pensando na saúde publica como sistema e no trabalho como direito. Queremos o investimento prioritário em prevenção”, concluiu Rafael.

Confira o registro: