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Autoridades políticas, três ex-presidentes do IBGE, técnicos e intelectuais participaram do ato de lançamento da campanha “Todos Pelo Censo 2020”. O evento contou com a presença de cerca de 300 pessoas e ocorreu na última quinta-feira, 06, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. O Observatório das Metrópoles está engajado na campanha, com posicionamento contrário ao possível corte de 25% no orçamento da pesquisa do Censo 2020. Por meio de um manifesto publicado no mês de maio, ressaltamos que “a interrupção de sua realização de modo integral provocará inestimáveis e irreversíveis perdas para o conhecimento do país e, por conseguinte, para a elaboração de políticas públicas”.

Argumento defendido na fala de diversos convidados, as informações do Censo garantem a elaboração de políticas públicas mais efetivas. “Os cortes podem gerar investimentos errados e afetar as políticas públicas. É muito grave e precisamos fortalecer esta luta”, destacou o deputado federal Marcelo Freixo. Para o também deputado federal Alessandro Molon, a campanha é uma luta contra o obscurantismo e a ignorância. “É inacreditável que o governo queira destruir algo que funciona há 80 anos. Vamos para o nono Censo decenal, é uma conquista de décadas, desde 1940. O governo não quer ver as condições de seu povo, mas estamos reunidos em defesa da ciência e da educação”, afirmou Molon.

Segundo a coordenadora do núcleo Chile¹ da Associação dos Servidores do IBGE (Assibge), Luanda Botelho, decisões equivocadas podem levar a perdas de informações importantes para as políticas públicas. “A campanha já mostrou o seu valor. Cortar perguntas não economiza custos, não garante melhora e não traz qualidade sem todos os testes necessários. Estamos em defesa do conhecimento e da memória do nosso país”, destacou Botelho.

Para a economista Wasmália Bivar, presidente do IBGE entre 2011 e 2016, o Censo é a informação estrutural de maior relevância do Brasil. “O questionário tem que atender as demandas e expressar as prioridades da população brasileira”, disse. O último ex-presidente do IBGE, que esteve à frente da instituição nos anos de 2017 a 2019, Roberto Olinto, observou que “não tem sentido chegar a uma polêmica sobre essa operação clássica com características técnicas”.

Operação do Censo de 2020 está sem comando técnico

A Diretora de Pesquisas adjunta, a Coordenadora de Populações e Indicadores Sociais, o Coordenador de Métodos e Qualidade, a Gerente de Estudos e Análises Demográficas e o Gerente da Coordenação de Métodos e Qualidade (área de Metadados), todos funcionários concursados e de reputada competência técnica do IBGE, entregaram seus cargos em razão da quebra de autonomia e decisões unilaterais da nova presidência a respeito do projeto censitário.

O Observatório das Metrópoles se solidariza com os técnicos e e gestores do IBGE comprometidos com a missão do órgão, qual seja: “Retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania“.

De modo a informar e contribuir para a mobilização em torno da campanha “Todos pelo Censo”, disponibilizamos um infográfico:

¹ Nome da rua onde fica um dos principais centros de pesquisa do instituto, no centro do Rio.