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O livro “Olympic Favela”, do fotógrafo Marc Ohrem-Leclef, revela a emoção e luta de pessoas de 13 favelas cariocas afetadas pela remoção em virtude dos megaeventos esportivos. Em uma das séries de imagens os moradores levantam tochas de fogo para mostrar a emergência das suas comunidades.

Durante os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, como também agora para os Jogos Olímpicos de 2016, o governo da cidade do Rio de Janeiro está transformando a paisagem urbana para sediar os megaeventos esportivos. Como resultado, milhares de moradores das favelas do Rio de Janeiro têm sofrido com processos de remoções forçadas – obrigados a deixar suas casas.

Leia: Dossiê Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro.

O processo de remoções e a violações dos direitos humanos foi o mote do trabalho “Olympic Favela”. Entre 2012 e 2013, Marc Ohrem-Leclef criou duas séries de fotografias das favelas do Rio de Janeiro para capturar o impacto humano resultado das políticas de remoções.

Um grupo de imagens consiste em retratos das pessoas que vivem nas favelas como muitos dos moradores fotografados na frente de suas casas, que foram designados para remoção por SMH com números de código pintadas com spray.

O segundo grupo apresenta imagens diretas de moradores que levantam tochas de fogo de emergência em suas comunidades. Referenciando imagens icônicas que vão desde Delacroix “A Liberdade Guiando o Povo”, e de Bartholdi “Liberdade que ilumina o mundo” a imagens de notícias da Primavera Árabe, estas fotografias invocam ideias de libertação, independência, de resistência, de protesto e de crise, embora fazendo uso do símbolo dos Jogos Olímpicos – a tocha.

Junto com os retratos, essas imagens justapõe a dinâmica da celebração e união com os de luta baseado na disparidade socioeconômica, que os megaeventos estão trazendo para o Rio de Janeiro e seus cidadãos.

As imagens do livro OLYMPIC FAVELA são investigações dos desafios enfrentados pelos moradores das favelas cariocas atualmente: os funcionários municipais, por exemplo, mudam sempre de tática para semear o medo e a insegurança, e corroer o sentido de comunidade; e longas e complexas disputas jurídicas são travadas para evitar o despejo e fazer valer os seus direitos de permanecer nas casas onde eles cresceram.

As fotografias também revelam a beleza de 13 comunidades onde Marc Ohrem-Leclef trabalhou e viu o profundo sentimento de otimismo das pessoas que vivem ali.

 

Acesse o site de Marc Ohrem-Leclef e veja as imagens de “Olympic Favela”.

 

Leia uma entrevista que o fotógrafo concedeu ao Canal Ibase.

 

Última modificação em 03-02-2015