Skip to main content

Perlenga cangaço

By 22/05/2013janeiro 20th, 2018Revistas Científicas, Vídeos

Perlenga cangaço | Grupo Modernidade e Cultura

“Perlenga Cangaço”. Do dicionário inexistente de palavras surrupiadas: “Perlenga (s.f) palavrório rui¬doso; 2 disputa sem resolução; 3. curta-metragem no qual distintos dizeres-cangaço se entrecortam. A sessão especial da nova edição da Revista e-metropolis traz as motivações, os conceitos originais, as ideias e algumas imagens que estão por trás do processo de criação de “Perlenga Cangaço”, curta-metragem realizado pelo Grupo de Pesquisa Modernidade e Cultura do IPPUR/UFRJ. O filme propõe discutir/pensar os discursos que estão relacionados à representação do “cangaço” e do próprio Nordeste.

No ano de 2009, a partir da trajetória de investigações realizadas no âmbito do multidisciplinar Grupo de Pesquisa Modernidade e Cultura do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tornou-se de fundamental importância apropriar-se da realização cinematográfica como um meio de constituição de saberes. Naquela ocasião, o grupo já havia se debruçado na investigação acerca das representações de Nordeste na cinematografia brasileira, analisando uma diversa filmografia expressiva em relação às disputas e constituição dessas representações que variam desde o cinema mudo da década de 20 aos filmes da Retomada.

Nessa perspectiva, o Grupo de Pesquisa Modernidade e Cultura concebeu “Perlenga Cangaço”, um filme-ensaio que diz cangaço a partir dos entendimentos derridianos de termos como rastro, origem e verdade, com os quais o grupo vem trabalhando há alguns anos. Em 2010, após obter o apoio do Ministério da Cultura teve início essa produção fílmica, concluída no começo de 2012.

Perlenga Cangaço é um audiovisual de autoria coletiva que trata certos discursos que, ao nosso olhar, dizem Nordeste dizendo sertão/cangaço por meio de imagens, palavras, gestos e objetos. São expressões múltiplas, por vezes díspares e contraditórias, tramadas por meio de uma “cartografia de afectos” – entendendo afectos a partir de Deleuze – e, assim, constituindo o discurso próprio dos autores, o que os torna também personagens, pois, do mesmo modo que os outros sujeitos presentes no filme, criam, tramam, provocam e se apropriam singularmente de discursos sobre o Nordeste brasileiro; um jogo que se configura, objetivamente, como um adentrar com “passo” próprio – operando em desvio, gerando harmonia ou tensão – uma discursividade cangaço que se exerce desde sempre e não termina com o fim do filme, muito menos com os discursos que ele pode suscitar.

Essa “experienciação” de adentrar com passo próprio certo devir discursivo é, no caso, enquanto modo, o criar discursos Cangaço Sertão Nordeste em meio a determinado movimento interdiscursivo de dizeres, sendo interpelado por eles e interpelando-os.

Para ver a sessão especial sobre o filme “Perlenga cangaço”, acesse a versão completa da Revista eletrônica e-metropolis edição nº 12 aqui.

 

Última modificação em 22-05-2013