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Quais os efeitos da linguagem técnica do campo do planejamento urbano sobre a capacidade de intervenção dos cidadãos em processos de tomada de decisão sobre a cidade? A partir das teorias de Pierre Bourdieu e Michel Foucault, Thaís Nassif desenvolveu o artigo “Planejamento urbano participativo: o desafio da linguagem técnica“.

Publicado na urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, o texto apresenta reflexões a partir do estudo de caso de dois processos participativos realizados no município de Belo Horizonte nos anos de 2015 e 2016: a Operação Urbana Consorciada Antônio Carlos/Pedro I + Leste-Oeste (OUC ACLO) e o Plano Global Específico (PGE) da Vila Mantiqueira.

Segundo a pesquisadora, a utilização da linguagem técnica no debate sobre a cidade contribui para a manutenção do silêncio de participantes e, consequentemente, na fabricação de consensos e na prescrição das resoluções. Em suas considerações, destaca que “a linguagem especialista é capaz de provocar inseguranças, constrangimento e hesitação de participantes em suas próprias capacidades de integrarem os debates participativos”.

Thaís Nassif é doutoranda do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Belo Horizonte.

A seguir, confira o resumo do artigo:

Entendendo a linguagem como elemento estruturante do relacionamento humano com a realidade e a produção da cidade como um processo coletivo por direito, este artigo busca elucidar alguns dos efeitos da linguagem técnica do campo do planejamento urbano sobre as capacidades dos cidadãos de intervir em processos de tomada de decisão sobre a cidade e destes de atuarem como arenas para a educação democrática. A partir das teorias de Pierre Bourdieu e Michel Foucault, são elucidadas estruturas de poder disciplinares e institucionais que determinam a eficácia simbólica de linguagens especialistas e identificados seus efeitos de exclusão em dois processos participativos de planejamento urbano realizados no município de Belo Horizonte em 2015-2016 − uma Operação Urbana Consorciada e um Plano Global Específico. Aproximações com a teoria democrática possibilitam contribuições para a discussão normativa do papel do especialista em contextos inclusivos e apontamentos para o aprimoramento da atuação profissional.

Palavras-chave: Participação social; Planejamento urbano; Linguagem técnica; Poder; Democracia.

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