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Alexandre Queiroz Pereira¹
Via Diário do Nordeste

Todo bom curioso adora números, listas, mapas e estatísticas. Além de alimentarem nossa imaginação, essas informações nos ajudam a conhecer o mundo, os países e as cidades. Os dados e mapas povoam os textos jornalísticos e as reportagens na TV. Nesses meios, você provavelmente já ouviu falar do Censo Demográfico organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma das mais estratégicas instituições do nosso país.

Mas, caro leitor, para que serve o Censo? Realizado, geralmente, a cada 10 anos, a pesquisa não é mera contagem dos habitantes do Brasil, da região Nordeste ou da cidade de Fortaleza. Na verdade, compreende vasto detalhamento das condições sociais e econômicas da população brasileira.

Assim como acontece em outros países, o Censo oficial contribui para fundamentar as políticas sociais, os projetos e, sobretudo, a distribuição dos recursos públicos nos quatro cantos do território. Sem essa pesquisa, não é possível conhecer a fundo nossos problemas e desenvolver soluções justas e democráticas.

No contexto pandêmico e pós-pandêmico, as informações censitárias serão decisivas, sobretudo para ajudar os lugares e os grupos sociais mais afetados; os lares socialmente mais vulneráveis, os mais pobres.

Além disso, essas informações estatísticas são matérias-primas utilizadas por grupos de pesquisas nos institutos e universidades. Como exemplo, posso lembrar da rede Observatório das Metrópoles. Dezenas de pesquisadores, em todo o Brasil, estudam o padrão de crescimento, planejamento e gestão das aglomerações urbanas, utilizando-se das informações sistematizadas pelo IBGE. Sem dados de qualidade, dificilmente as pesquisas alcançarão seus objetivos.

Para organizarmos uma agenda séria de recuperação e desenvolvimento do País, os recursos para o Censo 2021 precisam ser encarados como investimentos e não como custos. A diversidade, a qualidade e a abrangência espacial dos dados censitários ajudarão a construir um olhar profundo sobre o Brasil do século XXI. Daí, fica fácil compreender que o Censo não se restringe às intenções de um governo. Pelo contrário, é uma política de Estado. O Censo é nosso!

¹ Alexandre Queiroz Pereira é professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Observatório das Metrópoles Núcleo Fortaleza.

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