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Imagem do lixão de Gramacho, na metrópole do Rio de Janeiro - como falar de saúde sem cuidar do lixo?

Imagem do lixão de Gramacho, na metrópole do Rio de Janeiro – como falar de saúde sem cuidar do lixo?

Os Editores Científicos e a Comissão Editorial da revista Cadernos Metrópole convidam para a organização do v. 18 nº 36 os pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem textos sobre o tema “A saúde na cidade”. A data limite para envio dos trabalhos é 8 de janeiro de 2016.

As análises sobre as políticas e as condições de saúde das populações urbanas podem constituir um importante material de consulta sobre a sempre presente necessidade de superação das desigualdades sociais em saúde especialmente nos grandes centros urbanos.

 

Revista Cadernos Metrópole nº 36  – A saúde na cidade

Ao mesmo tempo em que condensam as repercussões decorrentes de transformações engendradas pela reorganização da economia mundial, os espaços urbanos locais e regionais se veem às voltas com os reajustamentos de toda ordem – sociais, econômicos, políticos e jurídicos – para viabilizar a reprodução da vida em geral. Adensamento populacional e aglomerações urbanas intensificam demandas sociais e questionamentos relativos ao papel do Estado, do mercado e da sociedade não só quanto à provisão de serviços, especialmente aqueles voltados à saúde, como também por garantia de direitos de cidadania.

Simultaneamente, a ocupação dos territórios por grupos distintos, com intenções e modos de ser distintos, tem demonstrado que a fluidez e a mobilidade dos grupos entram muitas vezes em confronto com a agilidade com que políticas de controle do espaço urbano imperam pela lógica da “limpeza e da higienização”, em boa parte dos casos associadas aos interesses de grandes grupos econômicos que também disputam espaços cruciais aos seus negócios.

No plano dos direitos e de reivindicações, as políticas sociais não deixam de constituir uma forma de regulação das relações entre mercado e sociedade por meio de aparatos institucionais construídos ao longo do tempo e de tamanhos consideráveis. Além disso, devem estar norteadas por opções políticas claramente formuladas e orientadas por direitos e não por assistencialismo, embora esta última atribuição impregne o imaginário social.

Alguns avanços promovidos pelas políticas de saúde podem ser observados nas últimas duas décadas, em particular as ações de atenção primária em saúde, ainda que muitas iniquidades ainda estejam presentes em nossos espaços urbanos. Por outro lado, o avanço das doenças crônico-degenerativas, das chamadas causas externas (violências e acidentes), assim como a expansão desigual das doenças infectocontagiosas, constituem partes de um complexo cenário de adoecimento.

Neste sentido, pode-se considerar que a saúde da população no contexto das cidades, e dos agregados urbanos que formam as metrópoles, colocam vários desafios àqueles que se dedicam a estudar os processos de adoecimento e os conjuntos de intervenções em saúde pública que se desdobram em ações de prevenção, promoção e assistência a indivíduos e coletividades.

No caso do Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe consigo um projeto de sociedade no qual os princípios de universalidade, equidade e integralidade devem nortear as ações de atenção para toda a população visando a superação das desigualdades sociais em saúde. Sua implantação vem exigindo a eliminação de barreiras econômicas, políticas, jurídicas, culturais e sociais que se interpõem entre o cidadão e os serviços. Ao mesmo tempo, envolve uma redistribuição de recursos financeiros que viabilizem a oferta desses serviços e ações.

Com esta chamada, convidamos os pesquisadores a contribuir ao esclarecimento desses processos, seus conflitos de diferentes ordens, as articulações e tensões sempre presentes entre os setores público e privado, além de análises que permitam avanços nos debates sobre a elaboração e consecução das políticas de saúde em seus desdobramentos na assistência médico-farmacêutica e nas ações em saúde pública.

As análises sobre as políticas e as condições de saúde das populações urbanas podem constituir um importante material de consulta sobre a sempre presente necessidade de superação das desigualdades sociais em saúde, principalmente em tempos que sinalizam permanentes ameaças ao processo de universalização.

Acesse no link a seguir as Normas para Publicação da Revista Cadernos Metrópole nº 36.

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