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Uma ferramenta interativa que reúne, de forma inédita, os indicadores relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, foi lançada pelo Núcleo Vitória do INCT Observatório das Metrópoles. Coordenado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o núcleo apresentou o Painel BI de Indicadores ODS durante coletiva de imprensa transmitida no Youtube, dia 24 de julho. O evento contou com a presença de representantes do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCEES), da diretoria do IJSN, além de especialistas e pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do painel.

Segundo o coordenador do Núcleo Vitória e diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, a criação do painel reforçou o compromisso com a produção de conhecimento voltado ao aprimoramento das políticas públicas. “O Painel ODS é uma iniciativa inédita, que reúne indicadores de todas as Unidades da Federação (UFs), permitindo que os estados utilizem esses dados para planejar suas políticas com base em evidências científicas. É uma ferramenta que busca fortalecer os esforços dos estados brasileiros no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, destacou Lira.

O objetivo da iniciativa é oferecer uma base de dados qualificada com uma interface interativa para que gestores públicos, pesquisadores, imprensa e sociedade civil possam acompanhar o avanço das políticas públicas de forma transparente e orientada por evidências. A consulta de indicadores atualizados sobre educação, saúde, meio ambiente, redução das desigualdades, crescimento econômico, entre outros temas fundamentais para o desenvolvimento sustentável é referente à todas as UFs. Conforme Lira, os indicadores auxiliam no acompanhamento e análise comparativa do desempenho dos estados brasileiros em relação às metas globais.

“O essencial deste trabalho é que, no final, não estamos lidando com números. No fundo, estamos lidando com pessoas. São dados importantíssimos, que vão contribuir para que as políticas públicas cheguem na ponta, onde realmente importa: atender cada vez melhor a população”, afirmou o representante do MPES, o promotor de Justiça Jefferson Valente Muniz. Em sua fala, o vice-presidente e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCEES), Luiz Carlos Ciciliotti, destacou a importância da contribuição dos indicadores na aplicação do recurso público: “Esse Painel é uma ferramenta maravilhosa para termos conhecimento sobre os indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mas também para que seja possível planejar e gerar políticas públicas que impactam de fato a sociedade, fazendo com que o recurso público seja bem aplicado”, salientou.

No Painel BI ODS do IJSN, os dados foram selecionados a partir de fontes públicas e confiáveis, tais como: IBGE (Censos, PNAD Contínua, SIDRA), Datasus/Ministério da Saúde, INEP/MEC, IPEA, Ministério do Meio Ambiente, Banco Central, entre outros. A seleção das fontes priorizou a disponibilidade para todas as UFs, a periodicidade regular, séries históricas e compatibilidade com as metas dos ODS. Os indicadores foram organizados em abas temáticas no Painel, com opções de: Ranking por estado, Evolução temporal (séries históricas) e visualização em gráficos.

Indicadores para os ODS

O Painel ODS disponibilizou indicadores relevantes para o acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em todas as Unidades da Federação. Entre eles, estiveram os dados sobre a proporção da população abaixo da linha da pobreza e da extrema pobreza, com séries históricas desde 2012. No ranking de 2024, que mostrou a proporção da população abaixo da linha de pobreza, o Acre (46%), o Maranhão (46%) e o Ceará (43%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto Santa Catarina (8%), Rio Grande do Sul (11%) e Mato Grosso (13%) registraram as menores porcentagens. O Brasil registrou 23%.

Na análise da população abaixo da linha da extrema pobreza, também em 2024, Maranhão (10,1%), Ceará (7,9%) e Acre (7,6%) apresentaram as maiores taxas. Na outra ponta, com os menores percentuais, apareceram Santa Catarina (1,2%), Rio Grande do Sul (1,4%) e Goiás (1,6%). A taxa nacional ficou em 3,5%. As informações sobre pobreza e extrema pobreza ficaram organizadas na aba da ODS 1 – Erradicação da Pobreza, que tem como objetivo eliminar a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares.

Já na aba dedicada ao ODS 13 – Ação contra a Mudança Climática, foi possível acessar dados, a partir de 2015, sobre o número de mortes, desaparecidos e pessoas diretamente afetadas por desastres, por grupo de 100 mil habitantes. Na análise de 2023, ano mais recente disponível, apareceram entre os estados com maiores indicadores de número de mortes, desaparecidos e pessoas diretamente afetadas por desastres, por grupo de 100 mil habitantes: Amazonas (2724), Acre (1719) e Rio Grande do Sul (1466). No mesmo ano, o Brasil registrou 369.

Os indicadores relacionados à Ação contra a Mudança Climática puderam ser consultados em formato de ranking por Unidade da Federação e por região, o que possibilitou uma análise comparativa entre os territórios. Em um ano especialmente simbólico para o país — quando o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na cidade de Belém (PA) —, os dados do ODS 13 ganharam ainda mais relevância.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) compõem uma agenda global estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), com 17 objetivos e 169 metas a serem alcançadas até 2030. Eles abrangem áreas essenciais como erradicação da pobreza, saúde, educação, igualdade de gênero, energia limpa, trabalho decente, ação climática e paz. A Agenda 2030 orienta governos, instituições e a sociedade civil na construção de um futuro mais justo, sustentável e inclusivo.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do IJSN (www.ijsn.es.gov.br)