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A revista Cadernos Metrópole convida pesquisadoras e pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem artigos até 30 de outubro de 2025 sobre o tema “Periferias urbanas e a política dentro e fora das instituições”, referente à edição nº 67. Os artigos podem ser redigidos em língua portuguesa, espanhola, inglesa ou francesa.

O dossiê será organizado por Thiago Canettieri e Luciana Teixeira de Andrade, pesquisadores do Núcleo Belo Horizonte do INCT Observatório das Metrópoles. O objetivo é selecionar artigos que tratem da diversidade das manifestações políticas nas periferias, dentro ou fora das instituições.

A prática política nas periferias revela uma complexa dinâmica entre a busca por representatividade institucional e a resistência às formas tradicionais de poder (…) Dessa maneira, trata-se de reconhecer as múltiplas potências políticas que as atuais formas de organização e manifestação produzem nas periferias e a partir delas, afirmam.

Nesse sentido, são esperados textos que abordem a política construída a partir de territórios periféricos, com base nos seguintes eixos:

  • Construção de políticas públicas para as periferias;
  • Relação entre Estado e as periferias urbanas;
  • Movimentos sociais e comunitários de resistência nas periferias;
  • Formas de ação coletiva em territórios periféricos;
  • Construção do comum nas periferias; e
  • Luta pela reforma urbana e pelo direito à cidade nas periferias

Saiba mais em: revistas.pucsp.br/metropole

Periferias urbanas e a política dentro e fora das instituições
Organizadores: Thiago Canettieri e Luciana Teixeira de Andrade

As periferias urbanas brasileiras e latino-americanas são representações espaciais das estruturas profundamente desiguais e racializadas que se manifestam nas contradições da urbanização. Se, por um lado, são territórios onde uma série de precariedades se acumula, por outro, há, nas periferias, uma energia política poderosa. A partir da observação da prática política que sujeitos periféricos mobilizam para defender direitos, para garantir condições de vida e para transformar a realidade, é possível compreender os processos pelos quais as periferias estão passando.

As periferias são territórios que impulsionam a luta pela reforma urbana e pelo direito à cidade num contexto de inflexão ultraliberal que leva à perda de direitos e à degradação das condições de reprodução nas cidades. Tendo como referência formas de ação coletiva mais ou menos formalizadas, as periferias questionam as práticas do desmonte de direitos e reivindicam pautas importantes para a construção de metrópoles mais justas e equitativas.

A prática política nas periferias revela uma complexa dinâmica entre a busca por representatividade institucional e a resistência às formas tradicionais de poder. A recente criação da Secretaria Nacional de Periferias, no governo Lula, sinaliza um esforço para incorporar as demandas periféricas nas políticas públicas, representando uma conquista significativa. No entanto, é fundamental reconhecer que a política periférica não se restringe aos espaços institucionais. Elas também são palco de intensas práticas de resistência, em que a autonomia e a autogestão se manifestam como formas de contestação ao poder estatal. Essas manifestações revelam a diversidade e a riqueza da política periférica, que oscila entre a busca por reconhecimento dentro das instituições e a construção de alternativas fora delas. Dessa maneira, trata-se de reconhecer as múltiplas potências políticas que as atuais formas de organização e manifestação produzem nas periferias e a partir delas.

A atuação política das periferias ocorre “com”, “contra” e “apesar” do Estado. Seja a ação visando à construção de políticas públicas e ao engajamento com as esferas participativas formais como conselhos e fóruns, seja a prática de ação direta, como manifestações e protestos, ou seja, por meio da construção de alternativas autônomas com redes de solidariedade e práticas comunitárias, essas ações políticas que ocorrem nas periferias merecem maior compreensão por parte da academia.

As práticas políticas que ocorrem nas periferias são produzidas por múltiplos agentes, que envolvem movimentos sociais, agentes públicos, coletivos culturais, entre outros, e resultam também em diferentes produtos, como políticas públicas, manifestações, espaços comunitários entre tantos outros. Esta chamada convida à submissão de textos que tratem da diversidade das manifestações políticas nas periferias, dentro ou fora das instituições.

Nossa proposta com este dossiê para a Cadernos Metrópole é avançar no debate sobre a política construída a partir de territórios periféricos. Assim, esperamos receber textos que abordem as periferias com base nas potências políticas (em seus múltiplos sentidos) que existem nesses territórios. São propostos os seguintes eixos:

  1. Construção de políticas públicas para as periferias
  2. Relação entre Estado e as periferias urbanas
  3. Movimentos sociais e comunitários de resistência nas periferias
  4. Formas de ação coletiva em territórios periféricos
  5. Construção do comum nas periferias
  6. Luta pela reforma urbana e pelo direito à cidade nas periferias

Data-limite para envio dos trabalhos: 30 DE OUTUBRO DE 2025.

Chamada de Artigos: clique aqui.

Call for Papers: clique aqui.

Invitacion para Publicacion: clique aqui.

A Revista Cadernos Metrópole, que recebeu a qualificação máxima (A1) na última avaliação quadrienal Qualis Periódicos da CAPES (2017-2020), surgiu em 1999 como um dos principais produtos do Observatório das Metrópoles e tem como principal objetivo difundir os resultados da análise comparativa entre as metrópoles brasileiras. A revista é produzida em parceria com a EDUC (Editora da PUC-SP).

Conheça a história do nosso periódico nesse post da Scielo (clique aqui).