A revista Cadernos Metrópole convida pesquisadoras e pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem artigos até 28 de fevereiro de 2026 sobre o tema “Desigualdades socioambientais e Soluções Baseadas na Natureza”, referente à edição nº 68. Os artigos podem ser redigidos em língua portuguesa, espanhola, inglesa ou francesa.
O dossiê será organizado por Augusto César Salomão Mozine, Tiago Miguel d’Ávila Martins de Freitas e Lucia Maria Machado Bógus. O objetivo é selecionar artigos que abordem perspectivas multi ou interdisciplinares sobre as Soluções baseadas na Natureza (SbNs), bem como apresentem propostas e experiências de combate às desigualdades socioambientais, inclusão e promoção da justiça ambiental, a partir das seguintes temáticas:
- Compreensão dos contextos sociais, políticos e institucionais e dos elementos materiais e discursivos que influenciam a implantação de SbNs;
- Impacto das percepções sobre as SbNs e expectativas dos cidadãos na formulação das políticas urbanas regionais e locais;
- Cocriação efetiva no design de governança das SbNs, buscando maior participação das comunidades e de grupos vulnerabilizados na promoção da justiça ambiental;
- Inclusão de maior diversidade de conhecimentos, perspectivas dos menos privilegiados, considerando etnicidade e gênero em estratégias de difusão das SbNs.
Segundo os organizadores, nas últimas décadas, nota-se uma ampliação expressiva na quantidade de iniciativas baseadas em SbNs, especialmente nos contextos urbanos. Esse desenvolvimento vem sendo acompanhado por um movimento intenso de elaboração de tipologias, orientações, selos de certificação e indicadores destinados a guiar sua implementação e avaliar seus efeitos. Entretanto, ao refletir sobre alternativas para os desafios ambientais das cidades, torna-se fundamental indagar qual é a contribuição dessas soluções para a diminuição das desigualdades sociais e o fortalecimento da justiça social.
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Desigualdades socioambientais e Soluções baseadas na Natureza
Organizadores: Augusto César Salomão Mozine, Tiago Miguel d’Ávila Martins de Freitas e Lucia Maria Machado Bógus
Nos últimos anos, as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) vêm se consolidando como uma abordagem para enfrentar vários desafios socioeconômicos e ambientais globais, ganhando cada vez mais projeção. Essas soluções têm se tornado especialmente populares como estratégias para enfrentar as crises climática e da biodiversidade, ganhando destaque internacional em instituições multilaterais e financeiras, além de serem cada vez mais incorporadas por governos nacionais, regionais e locais.
Nas últimas décadas, observa-se um crescimento significativo no número de projetos de SbNs, sobretudo nas cidades. Esse avanço tem sido acompanhado por um esforço crescente na formulação de tipologias, diretrizes, sistemas de certificação e métricas que visam a orientar sua aplicação e mensurar seus impactos. Contudo, ao se pensar na busca por soluções para a questão ambiental urbana, faz-se necessário questionar o seu papel na redução de desigualdades sociais e na promoção da justiça social.
Essa preocupação decorre do fato de que o mercado relacionado às SbN tem se expandido, com o surgimento de novos modelos de negócios, instrumentos financeiros inovadores e crescente interesse de investidores públicos e privados, especialmente no contexto de finanças verdes e de compromissos climáticos. Contudo, o olhar para as vulnerabilidades sociambientais nas metrópoles e regiões metropolitanas ainda fica à margem dos grandes projetos – ou o que se observa é um processo de deslocamento de grupos sociais vulnerabilizados de espaços sujeitos a uma requalficação socioambiental.
Essa dinâmica exige, assim, uma análise crítica mais aprofundada, na qual é fundamental questionar quem define o que conta como SbN, quais interesses são priorizados, como os benefícios são distribuídos e quais impactos reais essas soluções têm gerado nos territórios. Persistem desafios conceituais importantes relacionados à compreensão das dimensões culturais, políticas e econômicas das SbNs e seu impacto social em termos redistributivos, o que dificulta a superação de uma visão que privilegia impactos ambientais em detrimento da coesão social e do bem-estar.
Nesse sentido, convidamos pesquisadores a contribuir neste volume com estudos críticos que abordem perspectivas multi ou interdisciplinares sobre as SbN (desde a identificação do problema, passando pela cocriação, implementação, monitoramento e gestão), bem como apresentem propostas e experiências de combate às desigualdades socioambientais, inclusão e promoção da justiça ambiental, a partir das seguintes temáticas:
- compreensão dos contextos sociais, políticos e institucionais e dos elementos materiais e discursivos que influenciam a implantação de SbNs;
- impacto das percepções sobre as SbNs e expectativas dos cidadãos na formulação das políticas urbanas regionais e locais;
- cocriação efetiva no design de governança das SbNs, buscando maior participação das comunidades e de grupos vulnerabilizados na promoção da justiça ambiental;
- inclusão de maior diversidade de conhecimentos, perspectivas dos menos privilegiados, considerando etnicidade e gênero em estratégias de difusão das SbNs.
Data-limite para envio dos trabalhos: 28 DE FEVEREIRO DE 2026.
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A Revista Cadernos Metrópole, que recebeu a qualificação máxima (A1) na última avaliação quadrienal Qualis Periódicos da CAPES (2017-2020), surgiu em 1999 como um dos principais produtos do Observatório das Metrópoles e tem como principal objetivo difundir os resultados da análise comparativa entre as metrópoles brasileiras. A revista é produzida em parceria com a EDUC (Editora da PUC-SP).
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