Entre os dias 03, 04 e 05 de novembro de 2025, ocorrerá o urbBA[25] – Seminário Urbanismo na Bahia, com o tema “O que tem o urbanismo a dizer sobre Democracia, Violência e Crise Climática?“. A chamada de trabalhos está aberta até o dia 08 de setembro no formato artigos completos para as sessões temáticas (1. Democracia; 2. Violência; e 3. Crise Climática). Trata-se de um evento aberto e gratuito, com possibilidades de participação presencial e remota.
Idealizado pelo grupo de pesquisa Lugar Comum, e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, desde sua primeira edição, em 2011, o urbBA tem como objetivo geral uma discussão sistematizada, regular e ampla sobre a cidade e o urbanismo na Bahia como forma de alimentar a constituição teórica do campo e enfrentar questões desafiadoras do contexto contemporâneo.
A seguir, confira a apresentação do evento:
A construção de um campo de conhecimento sempre se relaciona com os outros campos bem como com as complexas conjunturas que atravessa, uma espécie de exterioridade constitutiva (Mouffe, 2011) que faz com que a sua especificidade dependa sempre daquilo do que se diferencia e sua construção revele os princípios nos quais se ancora, com maior ou menor proximidade das hegemonias que estruturam a vida societal, política e ambiental.
O urbanismo, essa jovem disciplina, nomeada de forma diversa desde a virada do século XIX para o XX, não escapa a essa dupla condição, tendo se associado ou se distanciado de várias outras disciplinas, bem como buscado responder a distintos desafios nesse percurso, produzidos por diferentes configurações e hegemonias sociais e políticas. Como ação prática e contingente, enfrentou intensos processos de modernização, colaborou com ações colonialistas, cultivou a propriedade privada, sustentou imaginários ocidentais de ordenamento rigoroso de vida em comum, desprezou a história e seus repertórios locais e particularizados. Mas também se quis socialista, buscou controlar a especulação, abriu-se para repertórios vernaculares, aliou-se a processos participativos, problematizou questões ambientais e de segurança coletiva.
Embora pudéssemos arrolar centenas de parâmetros, opções e alternativas que se sucedem, importa aqui sobretudo trazer para a discussão três problemáticas que nos parecem centrais na atualidade do urbanismo e da sociedade brasileira e que se expressam de forma combinada em nossas cidades: a democracia, a violência e a crise climática. Elas parecem colocar em crise a própria disciplina, dado que as respostas a serem dadas tensionam tanto o lugar ocupado pelo urbanismo nessa conjuntura profundamente regressiva quanto seus instrumentos e suas competências.
Referências: MOUFFE, C. En Torno a lo Político. México: Fondo de Cultura Econômica, 2011.
Local do evento: Faculdade de Arquitetura, Rua Caetano Moura, 121 Federação. Salvador, Bahia.
Para saber mais, acesse: urbba25.wixsite.com/urbba25