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No dia 30 de abril de 2025, o INCT Observatório das Metrópoles encerrou oficialmente o ciclo de pesquisa 2016-2025. A data marca a finalização do projeto “As Metrópoles e o Direito à Cidade: conhecimento, inovação e ação para o desenvolvimento urbano”, com a entrega do formulário final de avaliação para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na ocasião, também foi publicado um material audiovisual que apresenta os principais resultados das pesquisas desenvolvidas nos últimos nove anos por diversos pesquisadores e pesquisadoras em uma iniciativa de alcance nacional. O vídeo está disponível no canal do Observatório no Youtube:

Desde sua criação, há 25 anos, a rede de pesquisa analisa as dinâmicas urbanas a partir de uma perspectiva crítica e inovadora, pautada pelo direito à cidade. Entre 2016 e 2025, essa atuação ganhou ainda mais notoriedade com o projeto “As Metrópoles e o Direito à Cidade: conhecimento, inovação e ação para o desenvolvimento urbano”, caracterizado por se tratar do segundo ciclo de pesquisa do Observatório das Metrópoles no âmbito do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). O primeiro ciclo foi desenvolvido entre 2009 e 2016, resultando na coletânea “Metrópoles: transformações na ordem urbana”, além de 150 livros publicados, mais de 700 artigos em periódicos indexados e formação de 300 alunos de pós-graduação.

A finalização do projeto não configura o encerramento das atividades do Observatório das Metrópoles, já que pelos próximos cinco anos a rede seguirá como um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), após a aprovação da proposta intitulada “Transformações da ordem urbana e desafios para o desenvolvimento urbano igualitário, justo, inclusivo, democrático e ambientalmente sustentável”. Das 651 propostas enviadas ao CNPq por grupos de pesquisa de todo o Brasil, submetidas em edital no final de 2024, o Observatório foi um dos 121 projetos aprovados e recebeu excelente avaliação dos pareceristas.

Sobre o projeto “As Metrópoles e o Direito à Cidade: conhecimento, inovação e ação para o desenvolvimento urbano”

O projeto desenvolvido entre 2016 e 2025 foi organizado em quatro grandes linhas de pesquisa. A primeira delas, sobre metropolização e desenvolvimento urbano, produziu estudos fundamentais sobre a organização do espaço urbano no Brasil, as transformações econômicas nas regiões metropolitanas e o surgimento da chamada megarregião Rio de Janeiro-São Paulo, caracterizada por intensas trocas e fluxos de conhecimento e inovação.

Já a segunda linha, focada no direito à cidade e bem-estar urbano, abordou temas como mobilidade, habitação, estrutura social e gestão das águas. O resultado foi uma série de publicações e diagnósticos que servem como base para repensar políticas públicas e garantir o acesso a serviços urbanos de qualidade, especialmente para as populações mais vulneráveis. A terceira linha tratou das relações entre cidadania, governança e regimes urbanos, apontando os impactos da financeirização e da lógica de mercado sobre o espaço urbano. Além de livros e artigos, os pesquisadores promoveram encontros e oficinas com o objetivo de fortalecer a compreensão crítica sobre as coalizões de poder nas cidades brasileiras.

A quarta linha se destacou pelo trabalho baseado na interação das pesquisas desenvolvidas com a sociedade civil. Em parceria com organizações sociais, o Observatório promoveu 34 edições do curso “Políticas Públicas e Direito à Cidade”, que já formou mais de duas mil pessoas. Desde 2021, o curso incorpora os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Além das pesquisas acadêmicas, o INCT Observatório das Metrópoles também conta com duas revistas especializadas — os Cadernos Metrópole, classificados como A1 pelo Qualis/Capes, e a Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais e-metropolis. A rede ainda mantém um boletim semanal, um podcast em parceria com a Rádio UFRJ e um site principal, que ultrapassou dois milhões de visitas entre 2016 e 2024. Já as redes sociais do Observatório somam mais de 41 mil seguidores.

Entre 2022 e 2024, os esforços se concentraram em ações de incidência política, como o estudo para retomada dos orçamentos participativos (com o lançamento da plataforma ObservaOP), a publicação de 17 livros na coletânea “Reforma Urbana e Direito à Cidade”, e o projeto “Observatório das Metrópoles nas Eleições: um outro futuro é possível”, que contou com a veiculação de 318 artigos de opinião em jornais e sites nacionais e regionais, além da publicação de 18 Cadernos de Propostas, focados em influenciar a agenda pública nas eleições municipais de 2024.

“O legado da rede vai além da produção científica, visto que o Observatório fortalece capacidades de planejamento urbano, contribui com gestores públicos, forma novos pesquisadores e articula saberes junto a movimentos sociais. Como plataforma de conhecimento, inovação e ação, nos constituímos uma ferramenta essencial para construir metrópoles mais inclusivas, igualitárias, democráticas e ambientalmente sustentáveis”, ressalta o coordenador nacional do INCT Observatório das Metrópoles, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro.