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A revista Cadernos Metrópole, um dos principais produtos do Observatório das Metrópoles, convida pesquisadoras e pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem artigos sobre o tema “Novas Agendas Urbanas: conexões internacionais e feixes de poder”, referente à edição nº 57 (v. 25).

Com organização de Vanessa Marx (PPGS-UFRGS) e Roberta Guimarães (IFCS-UFRJ), o dossiê visa reunir trabalhos que discutam as novas agendas urbanas a partir das conexões internacionais e dos feixes de poder estabelecidos no contexto mundial adverso de crescimento de desigualdades sociais e de dificuldades de formulação de políticas locais, nacionais e internacionais.

Novas Agendas Urbanas: conexões internacionais e feixes de poder
Organizadoras: Vanessa Marx e Roberta Guimarães

As atuais agendas urbanas são perpassadas pela intensificação das relações entre agentes situados em contextos e territórios diversos, que estabelecem conexões internacionais, nacionais e locais. Permeada por conflitos abertos, tensas cooperações, conjunturais alianças ou frágeis consensos, a questão multiescalar está presente nos variados feixes de poder produzidos por agentes transnacionais, organismos e bancos internacionais e Estados nacionais imbuídos de lógica empresarial. Nas cidades, essas relações propiciam e estimulam toda sorte de investimentos diretos e transferência de modelos de intervenção e gestão, impulsionando cada vez mais as parcerias público-privadas e promovendo processos de financeirização cuja consequência mais grave é a segregação das classes baixas em territórios periféricos.

De forma central neste debate estão as formas de pensar e fazer cidade que emergiram nos anos 1990, quando foi adotada por diversos governos uma agenda intervenções que visava inserir as localidades na disputa das “cidades mundiais” para sediar grandes eventos e atrair investimentos privados e públicos. Nesse contexto de consolidação global de uma racionalidade neoliberal, estimulou-se a interdependência entre agentes locais, nacionais e internacionais e a circulação de fluxos de capitais voláteis e sem barreiras de fixação, tornando os fatores econômicos variável prioritária na moldagem do poder político às demandas das empresas transnacionais e dos mercados financeiros. A cidade internacionalizada apresentou então duas faces pouco simétricas em seus poderes de ação: uma de um território atravessado pelas forças transnacionais; e outra de formação de redes solidárias capazes de reforçar as lutas políticas de inovação democrática, inclusão e acesso ao direito à cidade, através de fóruns e organismos internacionais.

As forças contraditórias e convergentes entre o internacional e o local que se apresentam no cotidiano brasileiro e mundial estimulam, portanto, reflexões sobre os limites e desafios dos governos nacionais em regularem os agentes econômicos. Em busca de novos modelos de gestão das populações e dos territórios, os organismos internacionais e suas agências vêm produzindo, ao longo do tempo, relatórios, recomendações e propostas que sirvam de orientação para estratégias globais para temas que desejam universais, como os da sustentabilidade, da diversidade cultural, da distribuição de recursos e da democratização. Entre os efeitos dessas diretrizes e suas práticas associadas, as cidades têm se configurado como territórios de disputas de agentes que atuam em diferentes escalas e se baseiam em variados modelos de urbanidade.

Neste dossiê propomos reunir artigos que discutam as novas agendas urbanas a partir das conexões internacionais e dos feixes de poder estabelecidos no contexto mundial adverso de crescimento de desigualdades sociais e de dificuldades de formulação de políticas locais, nacionais e internacionais. Buscamos debater como tais conexões e feixes se apresentam nas cidades em torno tanto de questões habitacionais, sanitárias, ambientais e de mobilidade, quanto de demandas por reconhecimento, por participação nas decisões governamentais e por assistência frente ao desmonte do modelo do Estado de bem-estar social. Essas questões, juntamente à crise econômica que vivemos perante o prolongamento dos ciclos epidêmicos da Covid-19, recolocam os grandes centros urbanos nas agendas de debates das ciências humanas e sociais. O intuito é que, a partir dessa abordagem, possamos pensar em novas pesquisas diante do cenário de pandemia, onde relações complexas e multiescalares nos desafiam a refletir sobre a construção de contextos urbanos mais saudáveis, igualitários e democráticos.

Data-limite para envio dos trabalhos: 15 DE AGOSTO DE 2022.

Chamada de Artigos: clique aqui.

Call for Papers: clique aqui.

Invitacion para Publicacion: clique aqui.