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Moradores da Nazaré convivem com constantes problemas de esgoto e dizem que foram abandonados pela Prefeitura. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Moradores da Nazaré convivem com constantes problemas de esgoto e dizem que foram abandonados pela Prefeitura. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Existem dois tipos de habitantes: os que pertencem e os que não pertencem à cidade. Levados às periferias, os que não pertencem lutam para garantir seu espaço no centro – próximos do trabalho, do comércio e longe do esquecimento. Lutam contra a gentrificação; processo que afeta uma região ou bairro pela alteração das dinâmicas da composição do local, tal como novos pontos comerciais ou construção de novos edifícios, valorizando a região e afetando a população de baixa renda local. Do escravizado Areal da Baronesa à Ilhota da década de 60. Da Vila Tronco, com as magníficas “obras da Copa” revelando as redes de esgoto, à Vila Dique, cujos moradores caminham 10 km até o posto de saúde mais próximo. Porto Alegre vive os resultados da gentrificação, mascarada como “renovação”, que exclui e ignora aqueles que lutam por um espaço ao centro.

O INCT Observatório das Metrópoles apoia e divulga a série especial “Gentrificação” produzida pelo veículo de comunicação Sul21que narra o processo histórico que vem moldando Porto Alegre desde a Colônia Africana, passando por comunidades removidas para a Copa do Mundo e chegando às expectativas para o 4º Distrito.

Os pesquisadores Betânia Alfonsin e Milton Cruz, que integram o Observatório de Porto Alegre, colaboraram com a série especial por meio de entrevistas.

Veja abaixo o Mini Doc “Gentrificação” produzido pelo Sul21.

Aterrar. Expulsar. Embranquecer. Em Porto Alegre, a trajetória de não pertencimento dos pobres, em especial dos negros, tem em comum uma série de aspectos. Os que tiveram de dar lugar aos migrantes brancos na Colônia Africa, os que se viram arrancados da Ilhota e levados à Restinga, sem água, luz ou transporte, os que acabaram esmagados no território de seus antepassados até só sobrar uma rua. O contexto que envolve o envio dos mais pobres a uma periferia cada vez mais distante, ocultos, invisíveis, pode ser contado por inúmeros vieses. Aqui, escolhemos dar voz a alguns personagens que narram, em um fio tramado a partir de suas histórias pessoais, um processo que, ainda hoje, molda Porto Alegre.

E acesse a série especial aqui.

 

Publicado em Notícias | Última modificação em 04-09-2017 18:06:42