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O agronegócio é responsável pela segurança e soberania alimentar do país? A ocupação das fronteiras agrícolas é toda feita a partir de bases legais e que traz paz para o campo? Os agrotóxicos não fazem mal à saúde humana e ao meio ambiente? O agronegócio promove uma urbanização com benesses para todos? Esses e outros mitos são objeto de reflexão da pesquisadora Denise Elias (Núcleo Fortaleza) no artigo “Formas-conteúdo e nós do agronegócio no Brasil“.

Publicado na Geo UERJ, revista vinculada ao Instituto de Geografia e ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o texto se baseia na tese de que a difusão do agronegócio no país ocorre de forma espacialmente seletiva, economicamente concentradora, socialmente excludente e ambiental e culturalmente devastadora, promovendo cada vez mais concentração de riquezas, pobreza estrutural e desigualdades socioespaciais por todo o território nacional, no campo ou nas cidades.

Segundo Elias, o agronegócio é uma evidência importante da inserção subordinada do Brasil na divisão internacional do trabalho. Sua difusão no país manteve intocadas ou mesmo intensificou alguns dos traços estruturais da sociedade brasileira, como a colonialidade, que comanda a agropecuária; o predomínio da monocultura; as estruturas de poder e o patrimonialismo.

Foto: Arquivo Agência Brasil.

A seguir, confira o resumo:

Este artigo tem como tema o agronegócio no Brasil e visa contribuir para a desconstrução de alguns de seus mitos. Defendemos a tese de que a difusão do agronegócio no país se dá de forma espacialmente seletiva, economicamente concentradora, socialmente excludente e ambiental e culturalmente devastadora, promovendo cada vez mais desigualdades socioespaciais no campo e na cidade. Compreendemos que o agronegócio se alicerça fortemente em formas tradicionais de apropriação privada da natureza e que seus modos de obtenção evidenciam a inserção subordinada do país na divisão internacional do trabalho. É possível concluir, portanto, que sua difusão no território brasileiro agrava os traços estruturais da sociedade e constitui um entrave para ações contra-hegemônicas, impedindo que avancemos no processo de reconstrução e transformação da agropecuária e da sociedade brasileira, rumo ao amadurecimento da democracia para reduzir as desigualdades socioespaciais.

Palavras-chave: Agronegócio, Brasil, Formas-conteúdo, Desigualdades socioespaciais.

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