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O Maraca é nosso? Campanha por um estádio de caráter popular

By 03/10/2012dezembro 13th, 2017Eventos
Cena da Geral, no Maracanã

Cena da Geral, no MaracanãDocumentário “Geral”/Divulgação

O Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro realizou, no dia 25 de setembro, o debate “O Maraca é Nosso?”, com o apoio da Faculdade de Serviço Social da UERJ. A iniciativa visa promover uma ampla discussão para a construção de um projeto alternativo para o estádio Mário Filho (Maracanã), com um viés de caráter popular e sob gestão pública. O encontro contou com a participação dos pesquisadores do INCT Observatório das Metrópoles Erick Omena (IPPUR/UFRJ) e Chris Gaffney (EAU/UFF), além de Mauro Cezar Pereira, jornalista da ESPN. O debate foi mediado por Gustavo Mehl, membro do Comitê.

A noite foi aberta com a apresentação de dois curtas: “Geral”, que retrata os últimos dias da Geral do Maracanã, e “Aldeia Maracanã”, sobre a ocupação do prédio histórico do antigo Museu do Índio, que é vizinho ao estádio e corre risco de ser demolido para a Copa do Mundo. Após a exibição, Carlos Tucano, representante dos indígenas, deu seu depoimento sobre a atual situação do grupo no local, que tem convivido com as ameaças do Governo do Estado.

O debate teve início com a apresentação de Erick Omena, que fez uma recuperação histórica e mostrou que o Maracanã foi concebido como um estádio popular, muito diferente do processo de elitização que vem acontecendo nos últimos anos, com o encarecimento do ingresso e a diminuição de sua capacidade. Erick mostrou também que não é a primeira nem a segunda vez que tentam privatizar o Maracanã, desconstruindo a ideia de que a concessão para Eike Batista é inevitável.

O pesquisador Érick Omena

Já Chris Gaffney utilizou muitas imagens para mostrar o quão magistral era o estádio, que se tornou um mito em todo o mundo. Segundo ele, o Maracanã como conhecemos já não existe mais. Sua destruição aconteceu com a atual reforma, eliminando importantes características como a marquise e as divisões entre arquibancada, cadeira e geral. A série de reformas que se iniciou em 1999 já consumiu mais de um bilhão de reais dos cofres públicos. Chris esteve no último jogo antes do fechamento e viu o apagar das luzes de um Maracanã que não vai mais voltar.

O pesquisador Christopher Gaffney durante o debate

Com a experiência de já ter conhecido estádios em todo o mundo, Mauro Cezar Pereira trouxe para o debate propostas sobre o que pode ser feito para que esse Novo Maracanã seja mais popular. Segundo ele, com ingressos mais baratos, todos os jogos poderiam ter casa cheia, beneficiando clubes e torcedores. Isso deveria ser uma política dos clubes, que atualmente fazem apenas promoções pontuais. Sobre a Copa do Mundo, o jornalista foi taxativo: o Brasil não precisa do evento da forma que foi proposto, com estádios caros e que serão elefantes brancos em cidades que sequer possuem equipes na terceira divisão nacional.

Veja as imagens do debate no blog do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro.

 

Veja a seguir o documentário “Geral”, de Anna Azevedo.