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A Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais e-metropolis acaba de lançar a sua edição número 50! Com mais de 10 anos de existência, a e-metropolis se concentra em tópicos relacionados às cidades e regiões, com abordagem sobre produção do espaço, suas populações, economia, cultura urbana, entre outros. No editorial, a equipe da revista destaca o espírito colaborativo que permitiu a publicação de 50 números, resultado do trabalho em conjunto, com objetivos comuns e do compartilhamento de ideias que sempre orientou a iniciativa.

Confira o novo número, que traz cinco artigos científicos e um ensaio fotográfico:

A ilustração de capa é de Luciana Alencar Ximenes, mestra e doutoranda em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), arquiteta e urbanista (UFC), pesquisadora do Observatório das Metrópoles.

O artigo “Participação e políticas de fomento cultural na cidade do Rio de Janeiro: percepções de agentes do setor” abre o número. No texto, Veronica Rocha, Orlando dos Santos Junior, Pâmela Matos, Taísa Sanches, Andrea Chesorin e Luiz Estrella apresentam uma análise das políticas de fomento cultural no município do Rio de Janeiro, a partir de dados e de pesquisa de opinião realizada com agentes culturais da cidade. São discutidas questões referentes à territorialidade das políticas, aos tipos de editais e seu alcance junto aos postulantes, e ao perfil associativo e de participação social dos agentes. Conclui-se que há urgência em incluir a questão territorial na elaboração das políticas culturais e de definição de um Plano Municipal para o setor.

Na sequência, Teresa Mendes apresenta uma revisão de literatura sobre o tema das plataformas digitais, abordando como a mídia jornalística, os acadêmicos e as autoridades públicas abordam o tema a partir das dificuldades teóricas na apreensão do fenômeno. O artigo, cujo título é “Plataformas digitais x teorias ‘analógicas’ – o descompasso para compreensão do fenômeno contemporâneo”, chama a atenção para a importância dessa apreensão para a elaboração de políticas públicas cada vez mais necessárias, especialmente aquelas relacionadas à segurança e privacidade de dados, à proteção da força de trabalho e a regulamentação sobre o poder de mercado das empresas de tecnologias.

O terceiro artigo, intitulado o “Diagnóstico da morfologia urbana do eixo estruturador de Carazinho-RS”, é de autoria de Sidnei Matana Júnior e Marco Frandoloso. Os autores tratam de aplicar uma ferramenta de Sistema de Informações Geográficas (SIG) para analisar a morfologia urbana do eixo estruturador de uma cidade de pequeno porte no norte do Rio Grande do Sul, e propor sugestões relativas ao urbanismo sustentável a serem incluídas nas etapas de revisão de seu plano diretor.

Já no artigo “Território e desigualdades socioespaciais:  uma análise acerca das dinâmicas urbanas na cidade de Barcarena-PA”, a autora Paula Menezes, e os autores Jovenildo Rodrigues e Wellingtton Fernandes, analisam tais dinâmicas nesta cidade média do Pará, a partir da observação dos fenômenos de expansão urbana e usos do território a partir dos anos 2000. Como resultado, apontam que, apesar do acelerado crescimento urbano, ainda são intensas as relações urbano-rurais e as constantes transformações potencializadas pela indústria, os impactos nos usos e contra-usos do território.

Finalizando a seção de artigos, o texto “Gentrificação em Belo Horizonte: uma revisão das teses e dissertações sobre o fenômeno”, de Clarissa Veloso e Luciana de Andrade, traz uma análise da produção acadêmica sobre gentrificação em Belo Horizonte, enfatizando seus aspectos teóricos e metodológicos, seus resultados e suas especificidades. Destaca-se que as sínteses sobre gentrificação em grandes cidades latino-americanas indicam que o fenômeno deriva, sobretudo, de ações do Estado, de políticas urbanas que integram, principalmente nos centros, preservação patrimonial e incentivo às atividades turísticas, comerciais e de lazer. Assim, pesquisas sobre gentrificação no Brasil mostram que raramente ela está associada a mudanças habitacionais. Os casos do fenômeno em Belo Horizonte trazidos pelas autoras diferem desses diagnósticos, apesar de algumas convergências, como a ocorrência de gentrificação de consumo.

O ensaio fotográfico intitulado “Quando o olhar abraça” encerra o número, com o trabalho de Everton Ronniery de Souza, sobre a percepção sensível do trabalho, a sociabilidade e as relações de parentesco que envolvem o trabalho informal no centro comercial da cidade de Belém do Pará. As fotografias apresentadas foram captadas no período de agosto de 2020 e outubro de 2021, e compõem a pesquisa de mestrado do autor.

Fotos de Everton Ronniery Tavares Souza

Publicada trimestralmente pelo Observatório das Metrópoles, a e-metropolis tem por objetivo suscitar o debate e incentivar a importância da difusão e divulgação científica do campo dos estudos urbanos e regionais. As edições mantêm uma estrutura composta por duas partes. Na primeira, encontram-se os artigos estrito senso, que iniciam com um artigo de capa, no qual um especialista convidado aborda um tema relativo ao planejamento urbano e regional e suas interfaces, seguido dos artigos submetidos ao corpo editorial da revista e aprovados por pareceristas, conforme o formato blind-review.

Já a segunda parte é composta, em geral, por entrevistas, resenhas de obras recém-lançadas (livros e filmes), seção especial – que traz a ideia de um texto mais livre e ensaístico sobre temas que tangenciem as questões urbanas – e, finalmente, ensaio fotográfico, que faz pensar sobre as questões do presente da cidade por meio de imagens fotográficas.