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Escrito por Alexandre Yassu, o livro “A reestruturação imobiliária e os arranjos escalares na (re)produção da metrópole: o caso de Cajamar-SP” explora aspectos da reestruturação capitalista através do estudo da atividade imobiliária em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo.

A obra é resultado da dissertação de mestrado do autor, desenvolvida no âmbito do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ) e orientada por Adauto Cardoso, professor do IPPUR/UFRJ e pesquisador do Observatório das Metrópoles.

O trabalho de Yassu busca entender como ocorreu o desenvolvimento do setor imobiliário em Cajamar através das redes de agentes envolvidas na produção do espaço, além de identificar as estratégias, as práticas e o comportamento desses agentes. O autor parte da hipótese de que a pesquisa destes arranjos e a identificação de seus procedimentos podem fornecer novas perspectivas para as questões relacionadas à produção do espaço metropolitano.

Conforme destacado no início do livro:

A intensificação da atividade imobiliária é apontada como parte da reestruturação geral do capitalismo em curso, na sua constante busca de superação de suas crises. (…) O novo patamar que atinge a demanda por terra, resulta da busca por ganhos financeiros através das diversas formas que a propriedade assume, como uma forma de ativo financeiro que acelera a sua circulação e está reorganizando o mercado de solo urbano. Portanto, o estudo das transformações no setor imobiliário é crucial para entender as transformações que vem ocorrendo nas metrópoles brasileiras.

Mapa da Macrometrópole Paulista, em destaque o município de Cajamar. Fonte: Google Maps (2018) elaboração Maíra Fernandes.

Confira a apresentação dos principais pontos do trabalho:

A que pergunta a sua pesquisa responde?

Como a financeirização do setor imobiliário tem transformado a metrópole e quais as peculiaridades do processo de financeirização urbana no Brasil.

Por que isso é relevante?

A financeirização como fenômeno global tem promovido intensas transformações socioespaciais. Em países periféricos, como o Brasil, isso também gera efeitos que tem impactado nas cidades e intensificado os conflitos em torno do acesso à terra.

Qual o resumo da pesquisa?

As recentes transformações no setor imobiliário sob a dominância financeira têm impactado na (re)produção da metrópole de São Paulo. Esta pesquisa busca reunir elementos que ajudem a ampliar a compreensão de como os fluxos globais de capital se friccionam e se ajustam às diversas texturas sociais, permitindo que o capital global possa se “ancorar” ao solo, extrair a renda e continuar seu fluxo. Procura-se fazer uma análise dos arranjos multiescalares que sustentam e comandam o processo de produção do ambiente construído. Trazer à tona como agentes financeiros globais se organizam e se movimentam, suportados por outros agentes, como: agências globais multilaterais, poder público e agentes locais. Isto é feito a partir do estudo da intensa atividade imobiliária, residencial e logística, na última década, em Cajamar na Região Metropolitana de São Paulo.

Quais foram as conclusões?

O trabalho apontou que a financeirização do urbano ocorre através de arranjos multiescalares entre agentes que tem o papel de coordenar a atividade imobiliária para execução de seus objetivos de extrair a renda fundiária. Identifica-se, também, que os produtos imobiliários estão em transformação, assim como expressam a articulações ocorridas nos arranjos multiescalares.

Quem deveria conhecer seus resultados?

Gestores públicos, pesquisadores de planejamento urbano, geografia urbana e sociologia, além de membros de movimentos sociais.

O livro está disponível em nossa Biblioteca Digital.