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Com o objetivo de investigar como os estados do Nordeste brasileiro constroem capacidades adaptativas às mudanças climáticas, incorporando as energias renováveis como estratégias do ponto de vista da mitigação, Rylanneive Teixeira, pesquisador do Núcleo Natal do Observatório das Metrópoles, desenvolveu a sua pesquisa de doutorado.

Com o título “Energias renováveis no Nordeste do Brasil e as relações com a adaptação às mudanças climáticas”, a tese foi defendida em maio deste ano – a primeira no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPEUR/UFRN).

Sob a orientação da professora doutora Zoraide Pessoa (UFRN), também pesquisadora do Núcleo Natal, a pesquisa de Teixeira discute duas problemáticas que estão no cerne da crise socioambiental contemporânea: as mudanças climáticas e a questão energética, com destaque para a adaptação climática e as energias renováveis.

Torre de energia eólica em Natal-RN. Foto: Miguel Angelo (CNI).

Confira a apresentação dos principais pontos do trabalho:

A que pergunta a sua pesquisa responde?

A problemática da tese parte da ideia de que a produção de energias renováveis não está alinhada a uma agenda governamental de capacidade de adaptação e mitigação às mudanças climáticas ou de transição energética efetiva, mesmo no contexto de estados altamente produtores de fontes emergentes de energias renováveis no Brasil.

Por que isso é relevante?

Este estudo é de grande valia nos âmbitos social, acadêmico e público, especialmente. Na dimensão social, contribui para o entendimento das mudanças climáticas e das energias renováveis enquanto problemáticas socioambientais. Na academia, possibilita colaborar com estudos no campo das energias renováveis e da adaptação climática. Na gestão pública, auxilia os processos de tomada de decisões sobre as questões climáticas e energéticas por parte dos atores-chave relacionados aos temas.

Qual o resumo da pesquisa?

O objetivo geral da tese é investigar como os estados da Bahia, do Ceará e do Rio Grande do Norte constroem capacidades adaptativas às mudanças climáticas, incorporando as energias renováveis como estratégias do ponto de vista da mitigação e, sobretudo, da adaptação climática. De modo a efetivar esta análise, foram desenvolvidos estudos de casos na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Norte, no Nordeste do Brasil, utilizando-se de pesquisa documental, dados secundários e pesquisa de campo, com aplicação de roteiro de entrevistas semiestruturadas para os atores do governo, do setor privado e da sociedade civil que estão integrados às questões climáticas e energéticas nos estados investigados. A análise dos dados é realizada através da análise de conteúdo. Com base na análise e discussão dos achados desta pesquisa, conclui-se que a capacidade adaptativa climática nos estados analisados é desafiante para seus governos, sem integração com outros atores sociais, mesmo em um contexto territorial de alta produção de energias eólicas e solares, em que essas fontes não são compreendidas como uma abordagem de mitigação, tampouco de adaptação.

Quais foram as conclusões?

A partir dos resultados obtidos com a pesquisa, aponta-se que as capacidades adaptativas às mudanças climáticas na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Norte são ainda pouco incorporadas por seus governos e atores institucionais, inclusive não dialogando com outros atores, como aqueles do setor privado e da sociedade civil.

Nesse sentido, destaca-se que, mesmo inseridos em um contexto de potencial eólico e solar para produção de energia, os estados analisados pouco ou quase não apresentam potencial ou habilidade de se adaptar aos impactos das mudanças climáticas, o que corrobora para o argumento de falta de sinergias e alinhamentos entre as energias renováveis e as mudanças climáticas, principalmente do ponto de vista da adaptação.

Quem deveria conhecer seus resultados?

Dentre outros atores que a pesquisa de doutorado pode ser útil, estão a sociedade como um todo, os pesquisadores, os estudantes, os gestores públicos e o setor privado que trabalham com as questões climáticas e energéticas.

Confira o trabalho completo, CLIQUE AQUI.