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Votação do impeachment de Dilma Roussef na Câmara dos DeputadosVotação do impeachment de Dilma Roussef na Câmara dos Deputados  Reprodução/Web

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE) divulgou uma Nota Pública em defesa da democracia, do estado de direito e das conquistas sociais já instituídas. A nota afirma que a ANPEGE se opõe ao processo de impeachment ocorrido no Brasil, e ressalta a necessidade de continuar lutando pela universidade pública e os avanços da ciência no país.

A Rede INCT Observatório das Metrópoles divulga a Nota Pública da ANPEGE com o objetivo de ampliar a reflexão sobre este processo de ruptura democrática, e reforçar a posição da Universidade Pública neste debate.

ANPEGE: Nota Pública sobre o Impeachment

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE) não poderia nesta data deixar de se manifestar, diante do contexto vivido pela sociedade brasileira, no momento em que estamos frente a ruptura democrática decorrente da destituição do cargo, da presidenta da república, eleita pela maioria dos brasileiros, forjada por um processo sem culpabilidade, fundamentado em teses juridicamente contestadas.

Essa ruptura democrática e as pautas já em andamento ou a serem apreciadas e implantadas pelo governo interino indicam um significativo retrocesso que, gradativamente, o povo brasileiro vem conquistando desde a retomada do processo democrático com a constituição brasileira de 1988, e ampliada significativamente nos últimos 13 anos, no âmbito da inserção social de grande parte da sociedade, até então excluída, de suas condições de vida com dignidade.

Ressaltamos aqui, entre essas conquistas, a ampliação e democratização do ensino brasileiro, e sua significativa expansão pelo território nacional, interiorizando universidades, Institutos Técnicos e Programas de Pós – Graduação promovendo com isto um significativo acesso de segmentos de nossa população excluída dessa possibilidade, em especial as populações, que se beneficiam  sejam, os alunos do ensino público de baixa renda ou das políticas de cotas, ocupando espaços   anteriormente negados do ensino superior.

Afirmamos aqui a necessidade de permanente vigia e luta pela continuidade da educação brasileira pública e de qualidade em todos os níveis de ensino. Onde a liberdade de ensino e expressão sejam preservadas em todos os níveis escolares, e com isto possamos conferir uma formação sólida frente a ciência e a formação cidadã, garantindo assim a continuidade de um país soberano no campo do desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, político e cultural.

Considera-se o golpe parlamentar, orquestrado pelas classes que não aceitaram nas urnas, ou mesmo fora delas, o resultado da ampla maioria dos brasileiros(as) se expressa nesse momento como um grave ataque a democracia.

É a confirmação deste processo que nos faz, aqui, através dessa nota pública nos colocar ao lado de todas aqueles que lutaram e lutam pela democracia, o estado de direito e as conquistas sociais já instituídas.

Diante disso a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia se posiciona contra o governo que se estabelece por eleição indireta, em um congresso nacional que não representa os anseios da população brasileira. A Associação se compromete em proporcionar um amplo diálogo no âmbito da geografia brasileira, para endossar a resistência ao governo ilegítimo estabelecido, principalmente no que se refere às políticas de retrocesso à pesquisa, pós-graduação em geografia e a educação como condição básica para emancipação individual e coletiva.

Porto Alegre, 31 de agosto de 2016.

Publicado em Notícias | Última modificação em 06-09-2016 19:13:51