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Organizado por Gabriel Rossini, professor da UFABC e pesquisador do Observatório das Metrópoles Núcleo São Paulo, o livro “COVID-19: economia, sociedade, política e território” traz uma série de reflexões econômicas, sociais, políticas e espaciais, a partir de perspectivas plurais e interdisciplinares. Os capítulos abordam saúde, educação, trabalho, indústria, meio-ambiente, cidades, comunidades, políticas econômicas e Estado.

Lançada pela Editora Universidade Federal do ABC (EdUFABC), a obra traz prefácio escrito pela microbiologista Natália Pasternak e pela professora da FAUUSP e pesquisadora do Núcleo São Paulo Suzana Pasternak, que abordam a relação da população com o meio ambiente, enfatizando o saneamento e o controle das epidemias e de como cada episódio epidêmico reorganiza a organização social e muda a tecnologia. O livro também conta com um posfácio sobre economia, sociedade, política e território de autoria de Márcio Pochmann, professor titular e pesquisador aposentado do Instituto de Economia (IE) da Unicamp.

Completam a publicação 14 capítulos que reúnem contribuições de diversos autores. No capítulo inicial, Gabriel Rossini mostra como países periféricos enfrentaram a pandemia, enfatizando o caso brasileiro. No capítulo dois, Abdal e Ferreira argumentam que a pandemia aprofundou os processos de desglobalização. No terceiro capítulo, Maringoni mostra que a propagação da Covid-19 colocou em cena o papel do Estado na sociedade. Em “ A crise econômica da Covid-19 e o mundo pós pandemia os autores discutem como a disseminação do vírus Sars-Cov-2 afetou o mundo. O capítulo 5 esboça traços do chamado “ capitalismo de vigilância”, que se estrutura numa economia onde processamento e análise de dados se tornam fundamentais. No capítulo 6, Ladislau Dowbor e Bruno Cesar demonstram que o Brasil enfrentou mais que a pandemia, enfrentou também um modelo neoliberal, que com a promessa de equilibrar as conta publicas , implantou um modelo de austeridade e contenção de políticas sociais. No capítulo 7, Cristina Fróes disseca as evidências da crise da indústria brasileira durante a pandemia. Os modelos de acesso à saúde no Brasil, o SUS e o privado, são objeto de análise do capítulo 9. O capítulo 10 relata a experiência do ensino não presencial durante a pandemia, enquanto que os capítulos 11 e 12 mostram seus efeitos nas comunidades tradicionais. Finalmente, os capítulos 13 e 14 analisam os impactos territoriais da pandemia na macromemetropole paulista e na Região Metropolitana de São Paulo.

A seguir, confira o texto de apresentação:

A declaração de pandemia da Covid-19 em março de 2020 foi um enorme choque. A morte nos assombrou de uma maneira à qual não estávamos acostumados, inundando-nos de medos e preocupações quanto ao que aconteceria com nossas vidas, nossas pessoas queridas, nossos trabalhos, nosso mundo. Diante de tantas incertezas e das mudanças nas atividades habituais, nossos corações e mentes sofreram. Professores universitários não estavam na linha de frente dos cuidados sanitários, nem das atividades essenciais. Dentro de algumas semanas, tiveram sua profissão reconfigurada dentro de casa. Em meio a um processo difícil e conturbado, os autores desse livro – tal como tantos docentes – revigoraram o compromisso com a ciência ao assumir a tarefa urgente e latente de analisar as transformações em curso no mundo, em particular, no Brasil, assolado pela Covid-19.

A obra traz uma série de reflexões econômicas, sociais, políticas e espaciais na tentativa de não perder o cavalo da história. A partir de perspectivas plurais e interdisciplinares, não eurocêntricas e comprometidas com a vida e sua continuação, combatendo desigualdades, os capítulos versam sobre saúde, educação, trabalho, indústria, meio-ambiente, cidades, comunidades, políticas econômicas e Estado. Propusemo-nos a realizar diagnósticos críticos e a apontar algumas soluções. Claro que o significado da tragédia humanitária impingida pela pandemia somente será melhor compreendido com o próprio evolver do tempo. Vivenciamos um momento que marca definitivamente o contínuo temporal das sociedades contemporâneas e que pode estabelecer novos paradigmas, agora impensáveis. Mas mesmo que as análises e conclusões do livro se revelem parcialmente equivocadas, têm o imenso valor de representar um registro das ideias que buscavam compreender os fenômenos sociais e naturais durante a pandemia e, possivelmente, de abrir novas perspectivas para a ciência futura.

A obra está disponível para download gratuito, acesse: editora.ufabc.edu.br/ciencias-sociais/112-covid-19