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O INCT Observatório das Metrópoles divulga o livro “Megaeventos e intervenções urbanas“, organizado por Ricardo Alexandre Paiva. A publicação faz parte da série Intervenções Urbanas, da Editora Manole, que se dedica a publicar obras que se preocupam com a reflexão sobre a produção da arquitetura, os projetos urbanos e as políticas públicas com ação direta sobre o ambiente construído e a qualidade de vida nas cidades. O destaque desta obra é a análise socioespacial dos megaeventos à luz das idiossincrasias do planejamento urbano e da arquitetura e urbanismo.

O livro “Megaeventos e intervenções urbanas” conta com a participação da professora Olga Lucia Castreghini de Freitas-Firkowski, coordenadora do Núcleo Regional Curitiba da Rede INCT Observatório das Metrópoles.

Organizada em três partes (Parte 1 – Da origem aos conceitos; Parte 2 – Da cidade à intervenção urbana; Parte 3 – Da intervenção urbana à arquitetura), seus dezessete capítulos conduzem a uma instigante leitura de temas que se destacam pela convergência de interpretações sobre a intricada relação entre Megaeventos e intervenções urbanas.

Este conjunto permite compreender os impactos e transformações sociais das intervenções urbanas decorrentes dos megaeventos, de acordo com seu organizador, “de um mundo agora globalizado, sob a égide do neoliberalismo”. O esforço empreendido para a produção do livro é visível no que se refere à análise sob a luz dos acontecimentos atuais, acompanhando “quase cotidianamente a complexa trama de interesses, conexões e conflitos que os cercam”.

Para Lineu Castello, autor do posfácio, é evidente o foco do livro para “uma ótica de inquietação crítica em relação à sua adequada inserção no tecido urbano das cidades do Brasil”. Diferencia-se de outras produções sobre o tema na medida em que os megaeventos não estão mais sob a influência midiática que os envolveu antes, durante e logo após a realização. Para Paiva, passou a euforia e a realidade social, urbana e política do país “expõe suas debilidades, inconsistências, contradições e fragilidades”.

Seu conteúdo é essencial para profissionais de diferentes áreas, destacando-se a relevância e pertinência da análise socioespacial dos megaventos sob a trama das peculiariedades do planejamento urbano e da arquitetura e do urbanismo. Dentre as constatações realizadas neste campo, discute-se o descontrole urbano no que se refere à gestão das cidades pela (i) desconsideração de preceitos do Estatuto da Cidade, assim como (ii) a desobediência aos planos diretores – de acordo com José Borzacchiello da Silva, se estes tivessem sido respeitados, as “desapropriações, remoções e destruição de paisagens inseridas no repertório urbano dos grupos sociais vitimados pelas grandes obras teriam sido evitadas”.

A parte 1 – Da origem aos conceitos, subdivide-se em quatro capítulos (Capítulo 1 – Eventos: uma perspectiva histórica; Capítulo 2 – Megaeventos: dimensões socioespaciais; Capítulo 3 – Quem lucra com os megaeventos?; Capítulo 4 – O mito do legado”), que constituem o lastro histórico, teórico e conceitual para a compreensão das origens, do desenvolvimento e do significado dos megaeventos nos processos de produção e consumo da cidade e da arquitetura no tempo e no espaço.

A parte 2 – Da cidade à intervenção urbana, subdivide-se em seis capítulos (Capítulo 5 – As várias escalas do evento de rua; Capítulo 6 – A Rio+20 no caminho dos megaeventos; Capítulo 7 – Megaeventos como legitimação de projetos urbanos; Capítulo 8 – Reflexões sobre megaeventos e infraestrutura urbana; Capítulo 9 – Megaeventos e turismo no Brasil: as mobilidades na encruzilhada; Capítulo 10 – Produção habitacional, informalidade e megaeventos: o caso de Fortaleza), que abordam questões que privilegiam a escala da cidade, discutindo temas relativos à gestão dos megaeventos e dos grandes eventos de rua, da provisão de infraestruturas, das transformações na mobilidade urbana e metropolitana, da implementação e repercussão dos grandes projetos urbanos, além das políticas e intervenções nos espaços da cidade.

A parte 3 – Da intervenção urbana à arquitetura, subdivide-se em sete capítulos (Capítulo 11 – a arquitetura do espetáculo e o espetáculo da arquitetura; Capítulo 12 – Megaeventos, hotelaria e reestruturação de espaços urbanos: um olhar sobre a experiência do Rio de Janeiro; Capítulo 13 – Megaeventos, design e paisagem urbana; Capítulo 14 – As imagens do tempo nas exposições universais; Capítulo 15 – Três arenas no Nordeste brasileiro: adaptações ao padrão Fifa/Copa 2014; Capítulo 16 – Copa 2014: a cultura passou a largo; Capítulo 17 – Finalizando: dos (mega)eventos aos (micro)eventos), cuja ênfase recai sobre a articulação entre as intervenções urbanas, os megaeventos e a produção da arquitetura, com temas relacionados às tipologias arquitetônicas concebidas e construídas para abrigar os megaeventos, como os pavilhões de exposições e os equipamentos culturais e esportivos, assim como as intervenções na paisagem existente e no patrimônio edificado.

O conjunto de autores é composto sobretudo por acadêmicos e profissionais do campo da Arquitetura e Urbanismo, além de representantes da área de geografia, engenharia de transportes, engenharia civil e também da hotelaria e turismo.

O capítulo 8 – Reflexões sobre megaeventos e infraestutura urbana foi escrito pela Prof. Dra. Olga Lucia Castreghini de Freitas-Firkowski, coordenadora do núcleo Curitiba do Observatório das Metrópoles. Este capítulo apresenta uma contribuição teórica e prática sobre o tema, enfatizando os investimentos e as intervenções urbanas projetadas, construídas e não finalizadas para a efetivação da Copa 2014, e denunciando suas falácias.

Para aquisição do livro “Megaeventos e intervenções urbanas”, acesse o site da Editora Manole.