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IBEU-Infraestrutura: bons indicadores das metrópoles de São Paulo e Campinhas

O IBEU Infraestrutura urbana pode ser compreendido por sete indicadores de análise: iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Esses indicadores expressam as condições de infraestrutura na cidade que podem possibilitar (quando da sua existência) melhor qualidade de vida para pessoas, estando relacionados com a acessibilidade, saúde e outras dimensões do bem-estar urbano. Pode-se observar que as regiões metropolitanas com melhor resultado são, nesta ordem, São Paulo, Campinas, RIDE-DF, Goiânia e Belo Horizonte, todas com índice acima da média do conjunto das metrópoles.

 

INFRAESTRUTURA URBANA

Por Juciano Martins Rodrigues e Mehdi Agrebi

A dimensão “Infraestrutura Urbana” (IBEU-Infraestrutura foi concebida a partir de sete indicadores: Iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Esses indicadores expressam as condições de infraestrutura na cidade que podem possibilitar (quando da sua existência) melhor qualidade de vida para pessoas, estando relacionados com a acessibilidade, saúde e outras dimensões do bem-estar urbano.

Neste capítulo daremos ênfase ao índice referente a esta dimensão nas regiões metropolitanas em uma análise comparativa em três escalas: análise do IBEU-Infraestrutura das regiões metropolitanas, análise do IBEU dos municípios integrantes dessas regiões metropolitanas e análise do IBEU das áreas de ponderação, também, das regiões metropolitanas. Conforme a proposta metodológica, a realização de análise em três escalas só é possível porque o cálculo do IBEU foi feito para todas essas escalas sempre de modo relacional, ou seja, em cada uma dessas escalas o resultado do IBEU-Infraestrutura de cada espaço foi definido em função do relacionamento existente entre os demais espaços.

Assim, por exemplo, o resultado do IBEU-Infraestrutura definido para a região metropolitana do Rio de Janeiro decorreu do relacionamento desta região metropolitana com as demais regiões metropolitanas. O mesmo se pode dizer do resultado do IBEU-Infraestrutura do município de São Bernardo do Campo, pertencente à região metropolitana de São Paulo, se deu no relacionamento deste município com os demais municípios de todas as demais regiões metropolitanas. A mesma lógica foi seguida para definição do IBEU ao nível de área de ponderação.

IBEU-INFRAESTRUTURA DAS REGIÕES METROPOLITANAS

O gráfico 7.1 apresenta o resultado do IBEU-Infraestrutura para as regiões metropolitanas. Esse índice varia entre zero e um. Quanto mais próximo de um, melhor é o bem-estar urbano; quanto mais próximo de zero, pior é o bem-estar urbano. Podemos observar que o IBEU-Infraestrutura do conjunto das regiões metropolitanas foi de 0,618. Esse resultado pode ser interpretado como a média do IBEU -Infraestrutura das regiões metropolitanas. E, neste sentido, observamos que o bem-estar urbano do conjunto das regiões metropolitanas, na dimensão infraestrutura urbana, assume uma posição mediana, propriamente dita, pois o seu patamar se apresenta em nível intermediário.

Porém, como se trata da média do bem-estar urbano na dimensão infraestrutura urbana das principais regiões metropolitanas, é necessário analisar o IBEU-Infraestrutura para cada uma delas, pois há regiões metropolitanas com resultado superior à média e região metropolitana com resultado inferior.

Podemos observar também que as regiões metropolitanas com melhor IBEU-Infraestrutura são, nesta ordem, São Paulo, Campinas, RIDE-DF, Goiânia e Belo Horizonte, todas com índice acima da média do conjunto das metrópoles. Por outro lado, nenhuma delas apresenta IBEU-Infraestrutura superior a 0,8, que poderíamos considerar com nível bom ou excelente de bem-estar urbano. Mesmo assim, há diferenças importantes entre elas. São Paulo (0,782), Campinas (0,775) e RIDE-DF (0,721), por exemplo, se destacam por registrar IBEU-Infraestrutura entre 0,701 a 0,800. As outras duas regiões metropolitanas, que estão acima da média, ocupam um nível ainda mais intermediário de bem-estar urbano, com valores que variam entre 0,601 e 0,700: Goiânia (0,697) e Belo Horizonte (0,673).

As regiões metropolitanas que estão abaixo da média do conjunto das metrópoles também apresentam diferenciações entre si. Apesar de estarem todas abaixo da média, há, também, diferenças importantes no nível bem-estar urbano. Há uma maior presença de regiões metropolitanas na faixa entre 0,501 e 0,600: Porto Alegre (0,559) Rio de Janeiro (0,595), Grande Vitória (0,596) e Curitiba (0,599). Com exceção de Florianópolis, cujo IBEU-Infraestrutura está bastante próximo da média, as demais regiões metropolitanas desse grupo apresentam bem-estar urbano de nível ruim ou péssimo, pois apresentam valores que variam entre zero e 0,5: Salvador (0,478), Fortaleza (0,438), Manaus (0,394), Recife (0,274) e Belém (0,094).

De modo geral, as regiões metropolitanas que estão acima da média do conjunto das metrópoles estão localizadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Por outro lado, as regiões metropolitanas que apresentam resultados inferiores à média das metrópoles localizam-se nas regiões Norte e Nordeste do Brasil; a exceção fica por conta do Rio de Janeiro (Sudeste).

Os resultados ainda mostram que algumas regiões metropolitanas apresentam o IBEU-Infraestrutura abaixo do IBEU-geral. São Paulo é o caso de maior destaque, pois o IBEU-Infraestrutura supera em muito o resultado do IBEU-geral. Nas outras três metrópoles em que o IBEU-Infraestrutura supera o IBEU-geral, há uma diferença mínima, são os casos do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e RIDE-DF. Deste grupo, o caso do Rio de Janeiro chama a atenção, pois, apesar de apresentar IBEU-Infraestrutura acima do IBEU-geral, ambos estão em um nível intermediário (entre 0,501 e 0,600). Nas outras regiões metropolitanas, os valores encontrados para a dimensão infraestrutura urbana estão abaixo do IBEU-geral.

Algumas regiões metropolitanas, por sua vez, apresentam diferenças mínimas, como são os casos de Goiânia, Manaus e Belo Horizonte. Neste grupo, onde o IBEU-geral é maior do que o IBEU-Infraestrutura, ainda vale destacar duas situações distintas. A primeira, representada por Florianópolis e Porto Alegre, apresenta resultados mais elevados, em um patamar mais superior tanto do IBEU-Infraestrutura, como também no IBEU-geral. Ou seja, neste caso, a diferença é desta natureza muito mais por conta do alto resultado do IBEU no conjunto das dimensões do que de um baixo desempenho na dimensão infraestrutura urbana. A segunda situação é representada pelos casos de Recife e, sobretudo, Belém, onde os resultados, tanto na dimensão infraestrutura quanto no IBEU-geral, estão na faixa mais intermediária.

Orientando-nos pela proposta metodológica do índice de bem-estar urbano, é preciso considerar, todavia, que no interior de cada uma das regiões metropolitanas há uma diversidade de condições urbanas de vida bastante complexa, o que vale também para a infraestrutura urbana. Por este motivo, as próximas seções serão dedicadas a analisar as diferenças do IBEU-Infraestrutura entre os municípios metropolitanos, num primeiro momento, e as diferenças do IBEU na escala intrametropolitana, em seguida.

Para ver todos os resultados do IBEU Condições ambientais urbanas, faça o download do livro “Índice de bem-estar urbano – IBEU”.