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Para além das metrópoles globais: Curitiba e São Miguel de Tucumán

By 24/04/2013janeiro 29th, 2018Notícias

Para além das metrópoles globais: Curitiba e São Miguel de Tucumán

O Observatório das Metrópoles obteve aprovação, no âmbito do edital Capes/Mincyt 029/2012, para o desenvolvimento do projeto intitulado “Para além das metrópoles globais: análise comparada das dinâmicas urbanas em metrópoles secundárias no Brasil/Curitiba e na Argentina/São Miguel de Tucumán”. A cooperação visa compreender como as metrópoles secundárias ou regionais são influenciadas pelas dinâmicas globais, bem como comparar a natureza e intensidade de tais dinâmicas em face dos seus processos de reestruturação, fortalecendo assim as redes de pesquisa e a formação de recursos humanos qualificados.

A realidade latino-americana deve ser vista como uma totalidade e exige a construção de marcos teórico-conceituais apropriados à sua compreensão, tendo em vista que, na maioria das vezes, matrizes interpretativas oriundas de países europeus ou da América do Norte, contribuem apenas parcialmente para tal tarefa, sobretudo no âmbito das ciências do homem e da sociedade e da temática metropolitana, objeto da pesquisa proposta.

Segundo a professora Olga Fiskowski, coordenadora do Núcleo Curitiba do INCT Observatório das Metrópoles, a interface Brasil/Argentina já é realidade, embora incipiente, por meio do CADR – Comitê de Desenvolvimento Regional da AUGM (Associação das Universidades do Grupo de Montevidéu). “A participação ativa de membros da equipe do Grupo nesse Comitê, tem permitido a boa troca de experiências de pesquisa com pesquisadores oriundos dos demais países membros do Mercosul, com destaque para a Argentina. A temática principal do Comitê tem forte relação com o urbano-metropolitano, o que é um propulsor das interações futuras, na perspectiva do estabelecimento de trabalhos comparativos entre esses que são as maiores economias da América do Sul”, explica.

O Comitê tem organizado bianualmente um Colóquio, que foi sediado em Curitiba no ano de 2008, e em San Miguel de Tucumán em agosto de 2012 <http://www.9coloquio.face.unt.edu.ar/>, além de possuir uma publicação internacional –Pampa Revista Interuniversitaria de Estudios Territoriales.

A partir dos colóquios a UFPR e a UNT começaram a desenvolver iniciativas para o estreitamento das relações entre os dois institutos. A primeira delas ocorreu no mês de agosto de 2012 com a disciplina “A questão metropolitana na atualidade: marcos conceituais e perspectivas de pesquisa”, de 30 h/a para o Curso de Doutorado em Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nacional de Tucumán, ministrada pela profa. Olga Firkowski. Para o ano de 2013 está previsto uma agenda de trabalho da professora Marta Casares junto ao Programa de Pós Graduação em Geografia da UFPR, ambas as iniciativas serão subsidiadas pelo Programa de Mobilidade Escala Docente, da AUGM.

Desse modo, o desejo de viabilizar uma parceria mais intensa de pesquisa, parece estar adequado ao disposto no Edital 029/2012 CAPES/MINCyT, que oferece as condições iniciais para o fortalecimento da interação pretendida.

Ressalta-se que na Argentina a equipe na Universidade Nacional de Tucumán é composta por docentes, pesquisadores que participam também de outras instituições acadêmicas (CONICET, UNSTA), conformando um grupo consolidado em torno dos temas que se abordam no presente projeto. Membros da equipe têm desenvolvido projetos financiados em outras convocatórias de organismos nacionais e internacionais de pesquisa há mais de vinte anos. Do mesmo modo tem recebido apoio econômico e bolsas de instituições universitárias e órgãos de governo da Argentina e de fora do país, com ênfase nos seguintes: Universidad Nacional de Tucumán; CONICET; Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), AECI, Comitê de Desenvolvimento Regional da AUGM, Junta da Andalucía, Ministério de Obras Públicas e Transporte da Espanha, GTZ,  Agência Nacional de Promoção Científica e Tecnológica, Governos das províncias e administração local, entre outros.  Entre as universidades estrangeiras cabe mencionar a Universidad de Granada, a Universidad Internacional de Andalucía e a Universidad Politécnica de Valencia.

Assim, pode-se apontar como principais justificativas do projeto “Para além das metrópoles globais: análise comparada das dinâmicas urbanas em metrópoles secundárias no Brasil/Curitiba e na Argentina/São Miguel de Tucumán”:

1) no que concerne à parceira de pesquisa: tornar as trocas de ideias e pesquisadores, mais regulares e ampliadas, tendo em vista a investigação conjunta, sobretudo em razão de que, normalmente, as pesquisas comparativas entre Brasil e Argentina priorizam o papel de comando exercido pelas denominadas “metrópoles globais”, como articuladoras da rede urbana em seus países respectivos. Assim, o que singulariza a presente proposta em relação a outras redes e grupos que desenvolvem trabalho em área correlata, é o fato de que a mesma se propõe a analisar as dinâmicas que reestruturam não as metrópoles principais de seus países, como São Paulo no caso do Brasil, Buenos Aires no caso da Argentina ou Santiago no caso do Chile, nem as cidades intermédias, como Uberlândia, Mossoró, São José do Rio Preto e Londrina no Brasil; Tandil e San Juan na Argentina ou Chillan no Chile. Mas um grupo de cidades que podem ser classificadas como metrópoles regionais ou secundárias, como é o caso de Curitiba no Brasil e Tucumán, na Argentina, que são também influenciadas pelas dinâmicas globais e buscando-se compreender a natureza e intensidade de tais dinâmicas em face do processo de reestruturação das mesmas nessa escala específica;

2) no que concerne à formação de recursos humanos: inserir alunos de pós graduação e recém-doutores nas missões de estudos, de modo a fortalecer a visão de conjunto e garantir ganhos substanciais na formação de recursos humanos, no Brasil e na Argentina, além de estreitar relações entre áreas de conhecimento afins, respectivamente, Geografia e Arquitetura e Urbanismo;

3)      no que concerne ao fortalecimento dos programas de pós graduação: permitir a troca de experiências no âmbito dos programas de pós graduação envolvidos, promovendo novas parceiras de investigação, publicação, formação, organização de eventos, dentre outras, criando canais efetivos de troca de estudantes e professores/pesquisadores.

 

Última modificação em 24-04-2013