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Desigualdades de oportunidades educacionais

By 24/01/2013janeiro 23rd, 2018Artigos Científicos

Desigualdades de oportunidades educacionais: relação favela-asfalto no Rio

Neste artigo Mariane Koslinski e Fátima Alves tecem uma análise teórico-crítica que parte da tradição dos estudos quantitativos sobre desigualdades escolares que tiveram origem no Relatório Coleman (1966), percorrem os estudos de efeito escola, efeito vizinhança e geografia de oportunidades, até chegar ao contexto brasileiro. Nele, avaliam esse arcabouço teórico e metodológico na relação favela-asfalto no Rio de Janeiro. O trabalho é um bom exemplo do percurso que o Observatório das Metrópoles vem desenvolvendo nas investigações sobre o impacto da segregação urbana no desempenho escolar.

O artigo “Novos olhares para as desigualdades de oportunidadedes educacionais: a segregação residencial e a relação favela-asfalto no contexto carioca”, de Mariane Campelo Koslinski e Fátima Alves, foi publicado na Revista Educação & Sociedade, v. 33, jul-set 2012. O trabalho é mais um resultado da Rede de Pesquisa INCT Observatório das Metrópoles com o propósito de fazer avançar a compreensão da organização social do território e sua relação com as desigualdades educacionais.

Na Introdução do artigo, Koslinski e Alves mostram que as desigualdades sociais e as oportunidades educacionais estão presentes de forma assídua na agenda da sociologia da educação desde o período pós-guerra. A discussão sobre fatores que exerceriam impacto na produção e reprodução de desigualdades sociais e educacionais oscilou entre explicações otimistas sobre o impacto da expansão dos sistemas escolares e outras que concediam maior ou menor peso à origem socioeconômica dos alunos e a fatores relacionados a processos propriamente escolares. Entretanto, apenas recentemente outros fatores relacionados ao contexto socioeconômico dos alunos passaram a ser considerados.

Partindo da conjunção das perspectivas da sociologia da educação e da sociologia urbana, alguns estudos passaram a focalizar a segregação residencial ou a organização social do território como esfera também capaz de exercer impacto sobre a distribuição de oportunidades escolares.

O presente artigo discute a tradição de estudos quantitativos que tiveram origem no Relatório Coleman (1966) e seus desdobramentos nos estudos de efeito escola e, posteriormente, de efeito vizinhança. Concentra sua análise nos limites e possibilidades trazidas pela ampla literatura sobre efeito vizinhança e geografia de oportunidades para a compreensão de mecanismos mediadores entre a segregação residencial e resultados escolares. Em seguida, faz um apanhado de estudos que partiram desse arcabouço teórico e metodológico para compreender as desigualdades educacionais no contexto brasileiro.

O artigo concentra sua análise em estudos realizados no Rio de Janeiro, focando, especialmente, em como estes lidaram com as peculiaridades do modelo de segregação carioca (caracterizado por proximidade territorial de atores que ocupam posições sociais distantes) e como transpuseram alguns dilemas postos pela bibliografia sobre efeito vizinhança. Por fim, pontua os próximos desafios para se avançar na compreensão da organização social do território e desigualdades educacionais no contexto brasileiro.

Leia o artigo completo aqui.

Última modificação em 24-01-2013 00:39:42